Um estudo recente, publicado na Nature Human Behaviour, mostra que existem quatro tipos de personalidade: média, reservada, egocêntrica e exemplo a seguir.
A literatura científica sempre teve uma certa repulsa à tipificação e a verdade é que descrever a personalidade de um indivíduo pode ser uma tarefa bastante difícil. Apesar da infinidade de personalidades que podem existir, um estudo recente aponta que, no fundo, a espécie humana se resume a apenas quatro tipos.
O estudo, publicado nesta segunda-feira (17) na Nature Human Behaviour, analisou dados de 1,5 milhão de pessoas e concluiu que existem quatro tipos de personalidade: média, reservada, egocêntrica e modelo a seguir.
A verdade é que os seres humanos tentam se caracterizar desde tempos antigos. “Estas ideias remontam a gregos como Hipócrates”, diz Martin Gerlach, cientista pós-doutorado que estuda sistemas complexos da Universidade norte-americana de Northwestern.
No entanto, a existência de tipos de personalidade não é consensual entre psicólogos. Em vez disso, existe acordo sobre a existência de traços de personalidade “que podem ser medidos de forma consistente entre idade e culturas”, disse o português Luís Nunes Amaral, codiretor do Instituto Nortwestern de Sistemas Complexos e um dos cientistas envolvidos no estudo.
Segundo o Diário de Notícias, os cinco traços comumente aceitos são a abertura para a experiência, a conscienciosidade, a extroversão, o neuroticismo (ou instabilidade emocional) e a agradabilidade.
No modelo abordado no estudo, a cada um dos cinco traços é dado um valor. A combinação dos valores permitiu, então, isolar quatro grandes grupos de dados e, dessa forma, definir quatro tipos de personalidade.
“O que é novo nesse estudo é que a escolha dos cinco grandes traços se mantém como um ponto de partida”, diz John A. Johnson, psicólogo da Universidade da Pensilvânia. No fundo, o estudo “faz uma defesa forte da existência de tipos de personalidade definidos por configurações dos cinco grandes traços de personalidade”.
As conclusões foram suficientes para convencer os especialistas mais céticos que concordaram com as quatro personalidades gerais. Assim, a personalidade “média” é aquela que se caracteriza como a mais comum, isto é, a que é algo extrovertida, mas sem muita abertura. Este tipo de personalidade é mais comum às mulheres, informa o Washington Post.
Já a personalidade “reservada” se difere por ter ainda menos abertura, sendo que é o tipo de personalidade mais estável a nível emocional. Além disso, tende geralmente a ser “agradável e com conhecimento”, explica o Diario Sur.
O “modelo a seguir” é o tipo de personalidade apontada a uma faixa etária mais adulta, e, sem surpresas, pertencente ao grupo de “pessoas confiáveis e que estão abertas a novas ideias”. Luís Amaral resume esse tipo em uma frase: “são boas pessoas para ficar na liderança”.
Por último, os “egocêntricos” são aqueles que tendem a se focar apenas em si mesmos. Apesar de não serem os mais amáveis, esta é uma característica que tende a diminuir com o avançar a idade. Luís Amaral descreve essas pessoas em termos “não técnicos” de uma forma muito simples: são “imbecis”.
O cientista e líder da pesquisa afirma ainda, segundo o Newshub, que o estudo pode ser útil na contratação de profissionais ou, em um campo mais pessoal, na busca do parceiro ideal. Para participar do estudo, visite o The SAPA Project para responder ao questionário.
Ciberia // ZAP