Cientistas confirmam: os sapiossexuais existem

As regras da atração são bastante diversas. Mesmo que a beleza siga padrões por todo o mundo, muitas vezes nos sentimos atraídos por características que nem sempre estão dentro desses padrões – e isso falando  apenas das características físicas.

Questões de personalidade, atitude, modo de falar, entre outros, fazem também parte do quebra-cabeça, e podem nos fazer sentir atraídos por diferentes tipos de pessoas. Mas ultimamente tem estado em foco um tipo de atração concreto: a sapiosexualidade, termo usado para descrever atração por alguém com alto nível de inteligência.

Até agora, este era um conceito sem muitas bases científicas. Mas um novo estudo, que será publicado na edição de fevereiro da revista Intelligence, defende a ideia de que as pessoas podem ficar sexualmente excitadas pelo intelecto de outra pessoa. O estudo foi liderado por Gilles Gignac, professor da Universidade da Austrália Ocidental.

“A palavra sapiosexual já tinha sido usada na cultura popular, mas ainda não tinha sido pesquisada cientificamente. Consequentemente, me perguntei se a sapiosexualidade poderia ser medida com uma escala psicométrica convencional, e quantos autointitulados sapiossexuais podem existir na população”, explica Gignac.

O estudo incluiu 383 pessoas adultas, que tiveram que responder a um inquérito que incluía questões sobre a inteligência e seu papel como característica que os deixava excitados ou não.

O questionário tinha também questões sobre inteligência e qualidades procuradas em um interesse amoroso, além de questões que abordaram quão excitante seria ter uma conversa “intelectualmente estimulante” e ouvir alguém falar com inteligência.

“Descobrimos que a sapiosexualidade pode ser medida de forma psicométrica, e que 1% a 8% das pessoas jovens (18 a 35) podem ser sapiossexuais”, aponta Gignac.

“No entanto, curiosamente, o grau de inteligência de uma pessoa, medida com um teste de QI real, não parece prever o grau com que as pessoas se identificam como sapiossexuais”. Ou seja, independentemente da própria inteligência, a inteligência alheia pode ser um fator de atração.

Inteligente, mas nem tanto

Os participantes afirmaram se sentir atraídos por indivíduos com um nível de QI extremamente elevado, mas as pessoas mais inteligentes do que 99% das restantes foram vistos como um pouco menos desejáveis.

O ponto ideal, aparentemente, é um nível de inteligência maior do que 90% da população. Alguém mais inteligente do que 99% da população é ligeiramente menos atraente como parceiro, mas ainda mais atraente do que alguém que seja apenas mais inteligente do que 50% da população.

“Ainda precisamos determinar se a inteligência é a única característica desejável do companheiro que atinge o percentual de mais do que 90% da população”, diz Gignac.

“Talvez na realidade todos os tipos de características desejáveis – boa aparência, gentileza, facilidade, etc. – mostrem uma queda na desejabilidade em níveis muito elevados (isto é, nos percentuais entre 90 a 99)”, explica o cientista.

A equipe de pesquisadores observa que não é incomum que as pessoas vejam a inteligência como uma característica positiva devido ao que traz com ela, como as oportunidades de trabalho e melhor capacidade de tomar decisões.

Uma limitação do estudo, dizem os próprios autores, é que incluiu pessoas com níveis de inteligência abaixo da média, ou seja, com QI menor do que 100.

Ciberia // HypeScience / ZAP

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