O resultado das últimas pesquisas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) descobriram que bioma recifal marinho amazônico, na foz do rio Amazonas, é o maior bioma marinho do mundo. Os pesquisadores constataram que a região tem pelo menos 50 mil quilômetros quadrados.
A equipe de pesquisadores atua em um programa que tem o objetivo científico de investigar a história e a estrutura da Terra a partir de pesquisas oceanográficas. O programa reúne parte significativa da comunidade científica atuante nas ciências do mar em águas profundas de diversos países.
A expedição deste ano foi realizada em parceria com o Greenpeace, que tem denunciado a ameaça de exploração de petróleo na região do bioma, o que colocaria em risco um ambiente que só agora começa a ser estudado.
“A parceria com o Greenpeace foi fundamental para as descobertas científicas e para o desenvolvimento do conhecimento na região”, contou Fabiano Thompson, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
“Além de possuir meios flutuantes e equipe de bordo altamente competente, o Greenpeace traz à tona a problemática da produção de energia limpa e renovável no contexto global”, acrescentou o pesquisador.
Para Thompson, o estudo tem relevância para a realidade brasileira, ao mesmo tempo que nos coloca frente a um paradoxo. “A margem equatorial brasileira (e da Amazônia) é a região mais cobiçada por grandes nações desenvolvidas e, ao mesmo tempo, a região menos conhecida da nossa nação“, afirmou.
“Nosso entendimento das riquezas e potenciais da margem equatorial é muito reduzido, nos colocando em uma posição desfavorável frente aos desafios globais”, conclui dizendo ainda que menos de 1% da margem equatorial brasileira foi estudada até agora.