O Universo se expande. À medida que a expansão acelera, as galáxias se afastam cada vez mais rapidamente e, um dia, se tornarão inacessíveis, mesmo que viajemos em sua direção na velocidade da luz.
Quando olhamos para uma estrela, cuja luz chega depois de viajar durante 100 anos, observamos uma estrela que está a 100 anos-luz de distância. Mas quando observamos uma galáxia, cuja luz chega depois de uma viagem de 100 milhões de anos, não estamos olhando para uma galáxia que está a 100 milhões de anos-luz de distância: o corpo celeste está muito mais distante.
A razão para essa “distorção” é que nas maiores escalas – aquelas que não estão gravitacionalmente unidas a nós – o Universo está se expandindo.
Quanto mais tempo um fóton de uma galáxia distante demorar para chegar até nossos olhos, maior o papel da expansão do Universo, isto é, as galáxias mais distantes ficam ainda mais longe do que a quantidade e tempo que a luz proveniente destes corpos celestes percorreu.
A este fenômeno damos o nome de redshift (desvio para o vermelho) cósmico. Como a luz é emitida com uma energia específica e, consequentemente, um comprimento de onda também específico, esperamos que chegue ao destino com determinado comprimento de onda.
Se o Universo não estivesse se expandindo, e se em vez disso o tecido do Universo fosse constante, esse comprimento de onda seria sempre o mesmo. No entanto, como o Universo se expande, o tecido se alonga, tornando o comprimento de onda mais longo.
A expansão do Universo significa que todas as galáxias que não estão gravitacionalmente ligadas a nós vão acabar por desaparecer de vista. Com o passar do tempo, vão s tornar cada vez mais distantes, afastando-se a velocidades cada vez maiores.
Em termos práticos, isso significa que um fóton que saia da nossa galáxia em direção a uma distante, ou que saia de uma galáxia distante em direção à nossa, jamais chegue ao destino. A taxa de expansão do Universo é tão grande que galáxias distantes se tornam inacessíveis, mesmo que nos movamos em direção a elas na velocidade da luz.
Atualmente, essa distância está a “apenas” cerca de 15 bilhões de anos-luz.
Se considerarmos que o Universo observável tem cerca de 46 bilhões de anos-luz de raio, e que todas as regiões do espaço contêm o mesmo número de galáxias (em média), isso significa que apenas 3% do número total de galáxias é atualmente acessível. 97% das galáxias no universo observável já estão fora do alcance da humanidade, devido à expansão acelerada.
Isso significa também que, em média, 20 mil estrelas passam de acessíveis a inacessíveis a cada segundo. A luz que as estrelas emitiram há um segundo, algum dia nos alcançará, mas a luz que emitiram neste exato segundo, jamais chegará.
Se esta é uma forma perturbadora de encararmos o Universo, é também o pensamento que nos leva a afirmar com toda a certeza que cada segundo importa.
Ciberia // HypeScience / ZAP