Dois jornais alemães afirmam que os jogadores russos inalaram amônia, uma substância que não é considerada doping, mas que trouxe benefícios na performance esportiva nos jogos contra a Espanha e a Croácia.
De acordo com os jornais alemães Suddeutsche Zeitung e Bild, citados pelo Expresso, os jogadores russos teriam inalado amônia durante a Copa, nos jogos com as seleções da Espanha (nas oitavas de final) e da Croácia (nas quartas de final).
Segundo o Suddeutsche Zeitung, um membro da federação russa admitiu o uso dessa substância, que teria sido inalada de um pedaço de algodão, e o Bild garante que antes do início da segunda parte contra os croatas, jogo em que foram eliminados da competição depois da marcação de grandes penalidades, alguns jogadores teriam feito o mesmo.
O semanário escreve que a amônia, utilizada sobretudo em esportes como o halterofilismo, não é considerado uma substância de doping, apesar dos benefícios que traz: o atleta respira melhor e o fluxo de oxigênio no sangue também é maior.
“A federação russa atuou como se fosse algo tão comum como usar shampoo no chuveiro”, acrescentou o Suddeutsche Zeitung, citado pelo Observador, afirmando que os jogadores foram vistos no túnel de acesso ao gramado depois do intervalo mexendo no nariz, em um indício dessa utilização de amônia.
Vale lembrar que a polêmica do doping no esporte russo se intensificou com o documentário “Icarus”, do realizador Bryan Fogel, que ganhou um Oscar este ano, no qual torna público o trabalho do químico Grigory Rodchenkov, que denunciou o escândalo e teve que fugir do país.
Em 2016, o pesquisador canadense Richard McLaren anunciou que encontrou “fortes provas de doping institucionalizado” na Rússia, que envolveram mais de mil atletas de 30 modalidades diferentes, no período entre 2011 e 2015.
Ciberia // ZAP