O Satélite britânico RemoveDebris está navegando no espaço desde junho e lançou com sucesso uma rede em órbita, com o objetivo de capturar material que circula à deriva ao redor da Terra.
O satélite pescador britânico tem como missão capturar detritos espaciais. O satélite lançou uma rede em órbita que se abriu a mais de 300 quilômetros acima da superfície terrestre. A rede servirá para remover parte do lixo espacial – partes de satélites, pedaços de foguetes, entre outros detritos.
Segundo a BBC, o Centro Espacial da Universidade de Surrey estima a existência de cerca de 7.500 toneladas de detritos à deriva no espaço que, agora, o RemoveDebris se compromete em limpar.
Esses detritos à deriva no espaço correm o risco de colidir com alguma missão espacial, colocando os astronautas em situações perigosas.
“A rede funciona exatamente como esperávamos“, contou à BBC, Guglielmo Aglietti, professor e diretor do Centro Espacial de Surrey. “O alvo girava, como era esperado, mas pode-se ver claramente que a rede consegue capturá-lo. E estamos muito felizes com a maneira como a experiência decorreu”, acrescentou.
“Existem milhões de peças descartadas de metal e de outros materiais em órbita – desde antigos segmentos de foguetes até ferramentas de astronautas que caíram acidentalmente. O receio é que, se não começarmos já a retirar esse lixo, poderá se tornar uma ameaça significativa aos satélites ativos”, explica Alastair Wayman, engenheiro da empresa aeroespacial Airbus, que também está envolvida na missão.
O vídeo do lançamento do satélite RemoveDebris da Estação Espacial Internacional foi capturado em vídeo.
“Se houver colisões, como já ocorreram, elas poderiam criar ainda mais detritos espaciais, que podem colidir com outras naves e, assim, haverá ainda mais detritos. É uma espécie de efeito bola de neve“, disse o engenheiro.
A questão do lixo espacial é um assunto que tem crescido nas preocupações dos especialistas, e o menor detrito de lixo pode causar grande danos às instalações espaciais, como já aconteceu no ano passado.
Segundo se pensa, uma lasca de tinta solta teria causado uma fissura em uma janela da Estação Espacial Internacional.
Um dos maiores detritos existentes representa uma grande dor de cabeça para os astronautas. Em 2012, um satélite europeu chamado Evisat, do tamanho de um ônibus de dois andares, parou de funcionar.
Desde esse momento, o satélite circula pela órbita da Terra, ameaçando outros satélites no seu trajeto espacial.
Várias empresas já avançaram com pedidos para lançar mais satélites com sistemas próprios para capturar rapidamente qualquer detrito que esteja à deriva.
Ciberia // ZAP