Um misterioso satélite russo com um “comportamento muito anormal” preocupa os Estados Unidos, que desconfia que possa ser uma arma espacial.
Por cima das nossas cabeças, há um misterioso satélite russo que fez soar os alertas dos Estados Unidos, devido ao seu comportamento estranho. Segundo o US State Department, é diferente de qualquer satélite já visto.
Yleem D.S. Poblete, secretário assistente para o controle de armamento, disse à Organização das Nações Unidas (ONU), na terça-feira (14), que “não sabemos ao certo o que é nem há forma de verificar”. “As intenções russas com esse satélite não são claras e, obviamente, são um desenvolvimento muito preocupante.”
Os comentários, feitos na Conferência da ONU sobre Desarmamento, na Suíça, aconteceram poucos dias depois de os Estados Unidos reiterarem suas intenções de criar uma Força Espacial Militar até 2020, para enfrentar “as ameaças emergentes nesse novo campo de batalha”.
Mas, apesar da atual controvérsia em relação ao estabelecimento da Força Espacial, os novos detalhes sobre esse misterioso satélite russo estão sendo oferecidos como uma espécie de prova às “ameaças emergentes” que o ramo militar quer combater.
Pablete diz que a preocupação dos Estados Unidos se concentra agora nesse objeto espacial implantado pelo Ministério da Defesa da Rússia, em outubro do ano passado, que os russos descreveram como um “inspetor de dispositivos espaciais“.
“O comportamento em órbita é inconsistente com tudo o que vimos antes de capacidades de inspeção orbital ou reconhecimento espacial, incluindo de outros satélites de atividades de inspeção russos”, afirma.
Apesar de o responsável não citar o satélite específico, alguns acreditam que pode se tratar de um pequeno satélite Kosmos 2521 (Sputnik Inspektor), que foi enviado a partir do Kosmos 2519, apesar de o lançamento ter ocorrido em agosto do ano passado e não em outubro.
“Nossos colegas russos vão negar que seus sistemas foram feitos para hostilidade. Mas é difícil determinar o verdadeiro objetivo de um objeto apenas observando-o em órbita. Portanto, isso nos leva à questão: seria a informação suficiente para verificar e apurar se uma arma foi ou não testada em órbita? Os EUA não acreditam que seja”, declara Pablete.
Apesar de não haver outra prova, para além do estranho comportamento do satélite, para sugerir que se trata de uma arma espacial, os Estados Unidos defendem que é impossível retirar conclusões adicionais sem qualquer meio para investigar o satélite, além da observação remota.
Alexander Deyneko, diplomata russo em Genebra, rejeitou a posição dos Estados Unidos e afirmou à Reuters que se tratam de “acusações caluniosas baseadas em suspeitas e suposições”.
Ciberia // ZAP