O novo movimento defende a criação de uma comunidade autônoma, composta pelo território de Barcelona e Tarragona, independente da Catalunha, para conseguir continuar na Espanha.
De acordo com o El País, Tabarnia se tornou nos últimos dias um dos termos mais procurados nas redes sociais e no Google: a palavra se formou através da junção entre “Barcelona” e “Tarragona”.
A ideia surgiu através da plataforma Barcelona is not Catalonia e consiste em criar uma nova comunidade espanhola, independente da Catalunha, com os dois municípios para ajudar a “isolá-los da ameaça separatista”, defendem seus idealizadores.
Os resultados das eleições do dia 21 de dezembro deram a vitória a Inés Arrimadas, cabeça de lista do partido constitucionalista Ciudadanos, mas os independentistas mantiveram a maioria absoluta parlamentar.
Segundo o jornal espanhol, as análises dos resultados mostram um apoio muito superior ao movimento independentista em províncias como Girona e Lleida do que em Barcelona e Tarragona. A diferença chega a ser de quase 20% quando se compara Barcelona e Girona.
“O termo Tabarnia é um neologismo para denominar os territórios costeiros entre Tarragona e Barcelona, que compartilham características e anseios comuns, claramente diferenciados do resto da comunidade autônoma”, pode ler-se na plataforma, ativa desde junho deste ano.
“Alta densidade de população, intensa relação comercial com o resto da Espanha, orgulho pelo bilinguismo, mentalidade aberta e maiores rendimentos e maioria de votos não separatistas” estão na lista de características enumeradas pelo movimento.
Porém, os ‘criadores’ de Tabarnia também apresentam um argumento já utilizado pela causa separatista para defender seu movimento: consideram que há uma expropriação fiscal relativamente a Barcelona. “Paga à Generalitat 32% a mais daquilo que recebe“.
Além disso, também consideram que a lei eleitoral é injusta para Barcelona. “Aqui, para se conseguir um deputado são precisos 46 mil votos. Em Lérida 20 mil”, denunciam.
“Pensamos que, consumando-se ou não o golpe de estado que Carles Puigdemont pretende fazer, não interessa à Tabarnia continuar na Catalunha”, defendem ainda os promotores da ideia, que querem um referendo sobre o tema em outubro de 2019.
Ciberia // ZAP