As crianças menores de dois anos que usam telas sensíveis ao toque de celulares e outros dispositivos tendem a falar mais tarde, segundo um estudo que será apresentado no sábado (6) em uma reunião sobre pediatria nos Estados Unidos.
Na reunião da Sociedade Norte-americana de Pediatria, em São Francisco, os pesquisadores vão apresentar o estudo, divulgado esta quinta-feira (4) pela Academia Americana de Pediatria, que incluiu 894 crianças entre os seis meses e os dois anos e que foi feito entre 2011 e 2015.
Em uma época em que no mundo inteiro proliferam os “smartphones”, “tablets” e jogos eletrônicos com telas sensíveis ao toque, há crianças que começam a usar esses dispositivos antes de falar, mas a pesquisa sugere que essas crianças correm um alto risco de atraso na fala.
Aos 18 meses, informa o estudo, 20% das crianças usavam dispositivos touchscreen em média 28 minutos por dia, segundo os pais.
Com base em uma ferramenta para analisar atrasos na fala os pesquisadores concluíram que quanto mais tempo a criança usa o touchscreen mais provável é que tenha atrasos. Por cada aumento de 30 minutos à frente de um desses aparelhos o risco de atraso na fala aumenta 49%, alertam.
No entanto, a pesquisa não estabeleceu qualquer relação entre as telas sensíveis ao toque e outros atrasos de comunicação, como interações sociais, linguagem corporal ou gestos.
“Embora as novas diretivas pediátricas sugiram que se limite o tempo de uso dessas telas por bebês e crianças, o uso de ‘smartphones’ e ‘tablets’ por parte dos pequenos se tornou muito comum. Este é o primeiro estudo que relata uma ligação entre o uso dos aparelhos touchscreen e um aumento de risco de atraso na fala expressiva”, disse Catherine Birken, pesquisadora e pediatra.
Ela disse ainda que os resultados do estudo apoiam uma recente recomendação da Sociedade Americana de Pediatria de se evitar a utilização de qualquer tipo de tela sensível ao toque por crianças com menos de 18 meses.
// ZAP