Em entrevista hoje (30) ao programa Good Morning, America, da rede de televisão ABC News, uma pessoa que testemunhou o acidente na estação de trem Hoboken, em New Jersey, a 11 quilômetros de Nova York, nos Estados Unidos, contou que tentou confortar a Fabíola Bittar de Kroon, momentos antes de ela morrer, após a colisão do trem contra a estação.
A advogada brasileira Fabíola Bittar de Kroon estava em uma plataforma da estação e foi a única pessoa que morreu em consequência do acidente. O número de feridos chega a 114, segundo as autoridades.
Na entrevista, Rahman Perkins, de 29 anos, conta que percebeu que Fabíola estava prestes a morrer e se dirigiu a ela com as seguintes palavras: “Senhora, eu não vou abandoná-la. Se você morrer, não vai morrer sozinha, estarei com você, junto”.
O programa Good Morning, America tem uma das maiores audiências dos Estados Unidos.
Rahman Perkins disse ainda que, no momento do acidente, por causa dos destroços que voavam pelo ar, as pessoas – dentro e fora da estação – corriam em pânico procurando um lugar seguro.
“Quando todo mundo começou a correr para fora, eu comecei a correr para dentro”, disse Perkins ao programa. Ele conta que decidiu socorrer as pessoas porque aprendeu com os pais, desde pequeno, a ajudar os outros.
“Você correu para um sítio que toda gente estava fugindo… é porque está vestindo uma camisola de Super Homem?”, perguntou a jornalista da ABC News para Perkins.
“Meus pais ensinaram a nós, filhos, a sermos bravos“, respondeu ele.
Segurança
O acidente está provocando inúmeras críticas ao sistema de segurança de trens nos Estados Unidos. Segundo a imprensa norte-americana, a empresa de trem não instalou um equipamento de segurança recomendado pelo órgão da rede ferroviária federal, que é subordinado do Departamento de Transporte dos Estados Unidos.
Trata-se de um software chamado Controle Positivo de Trens, que permite desacelerar automaticamente a locomotiva, evitando assim acidentes provocados por erro humano. O Comitê de Segurança Nacional de Transporte dos Estados Unidos investiga o acidente.
O maquinista do trem está internado e é considerado uma testemunha chave a ser ouvida nas investigações. O equipamento de segurança deveria ter sido instalado até dezembro de 2015, conforme estabelecido pelas autoridades. No entanto, as empresas do setor reclamaram do prazo que consideraram ‘curto e arbitrário’.
Por isso, o Congresso dos Estados Unidos atendeu ao pedido das empresas e estendeu o prazo para o final de 2018. Mas esa prorrogação foi criticada pelo senador democrata Richard Blumenthal, na época.
Após a aprovação do novo prazo, Blumenthal disse que a prorrogação foi muito grande e que poderia provocar acidentes e mortes.