Tony Blair ainda acredita e quer reverter o Brexit

thenickster / Flickr

Tony Blair, ex-primeiro-ministro britânico

O antigo primeiro-ministro britânico defende a realização de um novo referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

Neste domingo (3), Tony Blair confirmou, em entrevista à Radio 4 da BBC, que tenta reverter o Brexit. O ex-primeiro-ministro britânico afirmou que “é exatamente isto” que pretende, sem especificar no entanto como poderia reverter a situação.

Blair aponta o dedo ao Serviço Nacional de Saúde (NHS). O antigo primeiro-ministro afirma que o serviço está desmoronando. “Esta é uma tragédia nacional” que prova que as garantias da Vote Leave – que garantia que a saída da União Europeia levaria a um maior financiamento da Saúde britânica – não vão se concretizar.

É por esta razão que Tony Blair defende que os eleitores merecem voltar às urnas em um novo referendo para decidir o futuro do país, já que uma das promessas, feitas durante a campanha a favor do Brexit, em 2016, não foi cumprida.

Blair se refere a um dos slogans da campanha Vote Leave, que alegava que o Reino Unido iria investir 350 milhões de libras, até agora destinados à UE, no Serviço Nacional de Saúde, caso o Brexit vencesse.

Segundo o jornal português Expresso, depois do resultado do referendo, foi percebida rapidamente que o argumento era falso, já que não tomava em consideração questões orçamentais como o dinheiro que o Reino Unido recebe anualmente da União por outras vias, por fazer parte do bloco.

“Quando os fatos mudam, as pessoas têm direito a mudar de opinião“, defende o antigo líder trabalhista, acreditando que a situação do Serviço Nacional de Saúde pode levar os eleitores a mudar de atitude.

“Muitas pessoas teriam votado a favor do Brexit porque foi dito que, se saíssem da UE, todo o dinheiro voltaria aos cofres britânicos e seria investido nos serviços de saúde. Essa foi uma promessa muito específica feita pelos defensores do Brexit”, explica.

Na opinião do ex-primeiro-ministro, não há verba extra do Brexit para a saúde e, além disso, “vamos gastar menos dinheiro nos serviços de saúde, não mais dinheiro, porque o crescimento econômico desacelerou e porque temos esta grande fatura a saldar com a União Europeia”.

Durante a entrevista, Tony Blair assumiu que há pessoas que votariam novamente a favor da saída do Reino Unido por acreditarem que “fazer parte da UE é inconsistente”. No entanto, ele defende que os eleitores trabalhistas só apoiaram o Brexit devido às “preocupações econômicas e culturais”.

As declarações de Blair surgem na véspera da reunião, que ocorre nesta segunda-feira (4), de Theresa May com Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia.

Ciberia // ZAP

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