Na terça-feira (30), o Instituto de Estatística francês anunciou que decidiu integrar o tráfico de drogas no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) do país europeu, o que pode levar a uma revisão de “alta ligeira” do indicador no país.
O Instituo Nacional de Estatística e Estudos Económicos (Insee) francês anunciou em comunicado que irá “considerar o consumo de entorpecentes e as atividades ligadas a esse consumo no território nacional”.
Feita a pedido do instituto europeu de estatística (Eurostat), a consideração é destinada a alinhar as estatísticas do país com as de outros países europeus. Mas, destaca o Negócios, a consideração levará a “uma revisão de ligeira alta do nível do PIB” francês.
Ronan Mahieu, diretor do departamento de contas nacionais do Instituto, adiantou à AFP que se tratam de “revisões marginais”, evocando o número de “alguns milhares de milhões” de euros a somar ao PIB francês. “Isto não influenciará o número do crescimento” em 2017, afirmou.
A decisão surge na sequência de um debate lançado pelo Eurostat em 2013, em que a agência estatística europeia solicitou aos Estados membros que integrassem as atividades como o tráfico de drogas e a prostituição nas estatísticas nacionais, argumentando que se tratavam de transações comerciais consentidas livremente.
Muitos países decidiram integrar as novas normas com o objetivo de harmonizar os dados fornecidos pelos países europeus, uma vez que as atividades são consideradas legais em alguns Estados, como os Países Baixos, o que aumenta o seu PIB, e ilegais em outros, destaca o jornal.
Sempre que aplicado, o novo sistema traduziu-se na revisão em alta do valor do PIB dos países. Por sua vez, o Insee tinha já aceito considerar as receitas do tráfico de drogas no ‘rendimento nacional bruto’, destinado a determinar a contribuição da França para o orçamento da União Europeia, mas não no PIB.
Ciberia // ZAP