A nova edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, que será publicada em 2018, deve incluir pela primeira vez o vício em videogames. A última versão do documento, originalmente publicado em 1952 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é de 2013.
De acordo com a New Scientist, a nomenclatura oficial do distúrbio mental provocado por videogames ainda não foi divulgada, mas deve ser classificado como uma condição de saúde séria a ser monitorada. O manual definirá, assim como faz com outros distúrbios, as características que o paciente deve apresentar para se encaixar na condição.
Em entrevista à New Scientist, um membro do Departamento de Saúde Mental e Abuso de Substâncias da OMS, Vladimir Poznyak, apontou a importância de reconhecer o vício em jogos eletrônicos como uma doença. “Os profissionais de saúde precisam reconhecer que o vício em videogames pode ter sérias consequências para a saúde”, disse.
“A maioria das pessoas que joga videogame não tem um transtorno, assim como a maioria das pessoas que bebe álcool também não tem um transtorno. No entanto, em determinadas circunstâncias, o uso excessivo pode levar a efeitos adversos“, explica.
Segundo o Independent, um estudo de 2016 realizado por cientistas da Universidade Oxford, publicado no American Journal of Psychiatry, descobriu que entre os 19 mil gamers entrevistados apenas 2 a 3% sofriam de cinco ou mais dos sintomas que poderiam indicar um distúrbio.
A lista com os sintomas era baseada em características que a Associação Americana de Psicologia afirma que podem indicar que o indivíduo sofre com o vício em videogames. Entre eles estão ansiedade, sintomas de abstinência e comportamento antissocial.
“Ao contrário do previsto, o estudo não encontrou uma ligação clara entre o potencial vício e efeitos negativos sobre a saúde”, contou, na época, Andrew Przybylski, autor principal do estudo.
“No entanto, mais pesquisas baseadas em práticas científicas abertas e robustas são necessárias para saber se os jogos são realmente tão viciantes como muitos temem”, concluiu.
Ciberia // HypeScience / ZAP