Cerca de 2.500 pessoas continuam desaparecidas nas Bahamas mais de uma semana depois da passagem do devastador furacão Dorian, informaram os serviços de emergência do arquipélago do Caribe nesta quarta-feira (11). Segundo o último balanço oficial, o ciclone matou ao menos 50 pessoas.
A lista do registro governamental de pessoas desaparecidas ainda não foi comparada com os registros governamentais de pessoas em refúgios ou retiradas de suas casas, ressaltou Carl Smith, representante da agência de gestão de emergências das Bahamas (NEMA). Isso significa que o número de pessoas que não deram notícias na última semana pode mudar.
Até agora, ao menos 50 pessoas morreram na passagem do furacão de categoria 5, que devastou as Bahamas nos dias 1 e 2 de setembro. As autoridades disseram esperar um aumento significativo do número de vítimas.
O norte do arquipélago permanece um caos e a fase de emergência ainda não terminou. A prioridade é retirar os sobreviventes das ilhas mais devastadas. O porta-voz da NEMA disse que as equipes de socorro já retiraram mais de 5.000 pessoas das ilhas Grande Bahama e Ábaco, as mais atingidas por Dorian.
No entanto, ele salientou que durante o último dia, houve uma “redução significativa” do número de pessoas que buscam abandonar suas regiões. Smith disse ter autorizado a retomada de voos comerciais para a ilha de Ábaco de forma “limitada”, mas que seria dada prioridade aos voos de socorro e remoção dos sobreviventes.
As vítimas foram levadas para a ilha Nova Providência, a mais populosa do arquipélago e onde está situada a capital Nassau. Elas encontraram refúgio na casa de familiares, amigos ou em hotéis. Os mais pobres foram acolhidos em centros de alojamento temporários que já estão, em sua maioria, lotados.
O pastor Walter Lucien, que acolhe pessoas em sua igreja, critica a lentidão da ajuda aos atingidos por Dorian e o imobilismo das autoridades. “Eles parecem, falam e nada acontece. As camas só chegaram hoje. Eles prometeram comida, mas até agora não recebemos nada”, lamenta o religioso.
As vítimas, principalmente imigrantes haitianos que perderam tudo, inclusive seus documentos, também temem por seu futuro. “Quanto tempo vamos ficar aqui na igreja?”, pergunta Timothy Ronne, um pescador de 38 anos. Quando eles não poderão mais nos ajudar, vão nos colocar na rua? 15 mil moradores de Ábaco nas ruas de Nassau, sem trabalho! Muitos vão se armar ou se prostituir”, conclui preocupado o pescador.
// RFI