A desistência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de disputar a presidência do PT abriu a possibilidade de um racha inédito na corrente majoritária do partido, a Construindo um Novo Brasil (CNB).
A corrente CNB está dividida entre os grupos que apoiam o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ou o tesoureiro do partido, Marcio Macedo.
Para evitar a cisão, algumas lideranças da CNB voltaram a cogitar o nome da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Indagada sobre a indicação, a senadora desconversou. “Isso não está posto. O que temos são as candidaturas do Lindbergh Farias, do Marcio e do Padilha”, disse Gleisi.
Esta não é a primeira vez que ela é cogitada para suceder Rui Falcão na presidência do PT. Anteriormente, Gleisi recusou de forma cabal a possibilidade. Um dos motivos alegados é o fato de ela ser ré em uma ação da Operação Lava Jato ao lado do marido, o ex-ministro Paulo Bernardo.
Líderes da CNB defendem que Lula chame a senadora para uma conversa e tente persuadi-la em nome da unidade da sigla.
Anteontem, o ex-presidente convocou dirigentes petistas para dizer novamente que não aceita disputar a presidência do PT. Foi a terceira vez que Lula mudou de posição a respeito do assunto.
Alguns integrantes da CNB, corrente que o pressionava a aceitar o cargo, ainda vão insistir no nome do ex-presidente. “Para mim ainda tem de ser o Lula”, disse o ex-ministro da Casa Civil Jaques Wagner.
Mas desistência de Lula abriu de vez a disputa interna no PT. A corrente Movimento PT, que tem cerca de 10% da legenda, decidiu ontem lançar candidato próprio à sucessão de Falcão. O nome deve ser definido até o fim da semana que vem.
A escolha do novo presidente do PT acontecerá no 6.º Congresso Nacional da legenda, marcado para 3 e 4 de junho, em Brasília.
// Agência BR