A chanceler alemã, Angela Merkel, advertiu nesta quarta-feira (17) que se o governo britânico acaba com a liberdade de movimento de pessoas entre a União Europeia (UE) e Reino Unido com o Brexit, sua decisão “terá um preço”.
Merkel fez as declarações em um encontro em Berlim com sindicatos dos países do G20, no qual assegurou que se Londres impuser uma quota anual de comunitários que podem emigrar ao Reino Unido, a UE terá que decidir qual bloqueio estabelecerá “para compensar”.
“Se o Governo britânico disser que a liberdade de movimento das pessoas já não é válida, então isso terá seu preço“, afirmou a chefe do Governo alemão.
Querer manter a livre circulação de bens, serviços e capitais, mas não de trabalhadores, “não funcionará”, acrescentou a chanceler, que reiterou que as denominadas quatro liberdades fundamentais são inseparáveis.
Merkel apontou, além disso, que a formação das relações futuras entre UE e Reino Unido é algo que “está em mãos” do Governo britânico.
Neste momento, o marco regulador de ambas as partes é igual mas, após a saída do Reino Unido do bloco, Londres poderá certamente mudar “livremente” suas normas, explicou a chefe do Governo alemão.
“Então veremos como reagiremos”, indicou Merkel, que considerou que a UE deverá dar uma resposta às mudanças que ocorram no campo da concorrência e citou, a modo de exemplo, possíveis reduções nos padrões meio ambientais.
A chanceler destacou a “grande complexidade” do processo de saída e das consequências que terá em diversos âmbitos, como o controle em alfândegas de todos os fornecedores continentais à indústria automobilística do Reino Unido.
“Vai ser muito complicado porque tudo terá que ser regulado”, indicou Merkel.
// EFE