A cabeça embalsamada de Diogo Alves, que é considerado o primeiro grande serial killer de Portugal, está fazendo sucesso entre os internautas portugueses, assombrando milhares de usuários que descobriram sua existência.
O crânio de Diogo Alves, o famoso assassino que atormentou os habitantes de Lisboa no século XIX, foi conservado em formol e encontra-se exposto no museu da Faculdade de Medicina de Lisboa. Um fato que surpreendeu o site internacional Atlas Obscura que dedica um artigo ao assunto.
A publicação destaca que “os vários médicos e técnicos de anatomia” que passam pela cabeça embalsamada, nos corredores da Faculdade lisboeta, a abordam com “um misto de familiaridade e de indiferença”. Mas na internet, o sentimento dos que são confrontados com ela é de espanto e assombro.
O artigo do Atlas Obscura foi inclusive compartilhado no perfil do Facebook da revista Wired, conforme faz referência o humorista português Nuno Markl, notando que “Portugal está em alta”.
Na rede social Reddit, há vários internautas que se admiram com o fato de a cabeça estar “tão bem preservada“, enquanto outros confessam o lado assustador da figura e da ideia. Há quem note ainda que Diogo Alves era, de fato, “hardcore“.
Por outro lado, há quem pergunte o que aconteceria à cabeça se fosse retirada do fluído, se se “desintegraria instantaneamente”, ou, em tom de piada, quem questione o que aconteceria se alguém bebesse o líquido do frasco.
A história de Diogo Alves
Diogo Alves nasceu na Galiza (região pertencente à Espanha na fronteira com o norte de Portugal) e emigrou para Portugal quando ainda era muito novo, conforme conta o jornalista Francisco Leite Bastos, já falecido, na reedição do livro Os crimes de Diogo Alves, publicado pela primeira vez em 1877 e incluindo documentos extraídos do processo judicial.
Analfabeto e com a alcunha de O Pancada, assaltava, com sua quadrilha, as pessoas que passavam pelo Aqueduto das Águas Livres, em Lisboa. Depois, as atirava de uma altura de mais de 60 metros, tendo-lhe sido atribuídas 76 mortes, mas suspeita-se que teria matado mais de 100 pessoas em apenas três anos.
Foi preso em 1839, julgado no ano seguinte e condenado e executado em fevereiro de 1841, naquela que foi a última pena de morte concretizada em Portugal, por enforcamento.
A ideia de preservar sua cabeça em formol, para estudo científico, teria sido do médico professor Lourenço da Luz que conseguiu convencer as entidades judiciais a entregá-la ao Gabinete de Frenologia da Escola Médico-cirúrgica de Lisboa, conforme se relata no livro de Leite Bastos.
No século XIX, acreditava-se que a forma e o relevo do crânio indicavam determinados traços de personalidade e um impulso genético para o crime.
Diogo Alves já inspirou uma histórias em quadrinhos escrita por André Oliveira e ilustrada por Xico Santos, com o título Vil – A tragédia de Diogo Alves, e um filme, ainda em preto e branco, em 1911.
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