Tudo bem que Pokémon GO já deixou de ser aquela febre absurda da época de seu lançamento, quando pessoas fizeram petição para que o game fosse lançado por aqui e ele até mesmo quebrou recordes de download. Mesmo assim, a respeitável base de usuários de 65 milhões de jogadores ativos (segundo a desenvolvedora) costuma ser compostas por pessoas bastante satisfeitas.
A nova prova disso é a pesquisa publicada pela Universidade de Wisconsin-Madison, dos Estados Unidos. Segundo o estudo, quem joga o game da Niantic costuma ser mais feliz, amigável e fisicamente ativo, contrariando aquela ideia preconceituosa e antiga de que jogar videogames e usar o celular podem afastar você de experiências sociais efetivas.
Ao longo da pesquisa, a estudante de graduação Irene Sarmiento e a professora de artes da comunicação Marie-Louise Mares lideraram um grupo que entrevistou cerca de 400 pessoas ao longo das três primeiras semanas após o lançamento do jogo.
Aproveitando o boom de procura pelo game no início de sua jornada, eles questionaram os entrevistados sobre como eram as suas vidas nos aspectos social, emocional e físico antes de Pokémon GO.
Algo até certo ponto esperado, 40% dos respondentes afirmaram terem se tornado mais fisicamente ativos graças ao game da Niantic — vale lembrar que a tarefa em Pokémon GO é andar pelas ruas da cidade em busca de Pikachus, Squirtles e outras criaturas.
Além disso, estas mesmas pessoas também garantiram estar mais propensas a emoções positivas, também graças ao jogo.
Diferentes relações com o bem-estar
Algo que ficou evidente durante a pesquisa é justamente as diferentes formas com que as pessoas reagiam positivamente à interação com o jogo e com o contexto exigido por ele para a jogatina.
“As pessoas nos contaram uma variedade de experiências com diferentes relações com o bem-estar”, comentou o aluno de graduação James Alex Bonus, que também participou do grupo que desenvolveu a pesquisa.
“Mas, em maior parte, os jogadores de Pokémon GO falaram sobre as coisas positivas que os faziam sentir suas vidas mais significativas, satisfatórias e alegres”, acrescentou.
A ideia de que ser adepto de jogos eletrônicos torna alguém isolado do restante do mundo é uma lenda que passa bem distante de Pokémon GO. E isso também ficou claro segundo a pesquisa da UW-Madinson.
“Quanto mais as pessoas jogavam, mais elas estavam envolvidas em comportamentos que se refletiam em novas conexões — fazendo amigos no Facebook, apresentando-se a uma nova pessoa, trocando números de telefone com alguém ou passando mais tempo com algum amigo antigo e descobrindo coisas novas sobre eles”, revela Bonus.
O estudo cita ainda outro dado curioso: mesmo pessoas que demonstravam um grau maior de ansiedade relacionada ao convívio com pessoas desconhecidas estavam propensas ao jogo, mesmo sabendo de seu aspecto social.
// ZAP