A Polícia Civil prendeu quatro pessoas envolvidas na importação de armas de alto poder bélico, aprendidas hoje (1º) no Terminal de Cargas do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro. Os 60 fuzis, com carregadores, vieram de Miami (EUA) em contêineres com aquecedores para piscinas.
Foram apreendidos 45 fuzis AK47, 14 AR10 e um fuzil G3. O valor da carga foi estimado em mais de R$ 4 milhões. Dois dos presos são moradores de Niterói, um da Baixada Fluminense e um de Jacarepaguá, zona oeste da capital fluminense.
As investigações começaram há cerca de dois anos, na Delegacia de Roubos e Furtos de cargas, após a morte de um policial militar em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio. A Polícia descobriu que a arma usada no assassinato do policial também havia sido usada em um roubo de cargas.
Essa investigação evoluiu e acabou desencadeando novas investigações lideradas pela Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) e desvendando um esquema internacional de compra de armas de guerra.
Em coletiva de imprensa, o secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, afirmou que uma informação preliminar do Instituto de Segurança Pública (ISP) indica que a apreensão foi a maior em dez anos.
“Quantas mortes não estaremos evitando com essa apreensão? Isso é medida estruturante. Nos últimos 150 dias, 250 fuzis foram apreendidos no Rio de Janeiro. É trivial isso? A Polícia apreende um fuzil por hora”, acrescentou Sá. “Precisamos de um pacto nacional para combater o uso de armas de fogo. Sozinhos não conseguiremos fazer tudo”.
Um estudo da Sistema Federação de Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) divulgado ontem destaca que o estado do Rio se tornou o mais perigoso do país para o transporte de cargas, com quase 10 mil registros de roubo no ano passado.
De acordo com o titular da Desarme, Fabrício Oliveira, as investigações ainda estão no início. “Há muitas informações a serem checadas, muitos desdobramentos, em conjunto com outras delegacias. É um duro golpe para essas organizações criminosas, para esse traficante internacional de armas. Alguns detalhes estão sendo mantidos em sigilo, pois as investigações continuam,” concluiu o delegado.