Nomeado há dez dias como diretor de comunicação da Casa Branca e com grandes poderes, Anthony Scaramucci deixou nesta segunda-feira (31) o cargo, informam vários veículos de imprensa americanos.
Apesar de muito curto, o período de Scaramucci no posto foi marcado por polêmicas declarações e sua agressiva guerra contra vazamentos de assuntos internos do governo.
“Anthony Scaramucci deixará seu papel como diretor de comunicação da Casa Branca. Scaramucci acredita que o melhor é dar a oportunidade ao novo chefe de gabinete de começar de novo e construir sua própria equipe. Desejamos a ele o melhor”, disse em comunicado a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders.
Segundo o New York Times, que cita três pessoas próximas do caso, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu afastar Scaramucci seguindo o conselho de John Kelly, que assumiu o cargo de novo chefe de gabinete.
Kelly considera que Scaramucci não era suficientemente disciplinado e tinha perdido credibilidade, conforme noticiou a rede de televisão CNN.
A nomeação de Scaramucci, um executivo de Wall Street sem experiência em estratégias de comunicação, já provocou a demissão do então porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer.
Alguns tinham atribuído também às pressões de Scaramucci a decisão de Trump de substituir seu chefe de gabinete, que até a última sexta-feira era Reince Priebus, um veterano do Comitê Nacional Republicano (RNC) que tinha uma forte inimizade com o até agora diretor de comunicação.
Scaramucci nunca escondeu a inimizade com Priebus, que remontava à campanha eleitoral, e na semana passada saiu à luz uma série de agressivos insultos que tinha feito contra ele e contra o estrategista chefe de Trump, Steve Bannon, durante uma conversa por telefone com um jornalista.
Após a revelação desses insultos, Scaramucci admitiu no Twitter que “às vezes” usava uma “linguagem colorida”, e que moderaria o tom a partir de então.
Scaramucci também declarou guerra aos constantes vazamentos à imprensa sobre intrigas na ala oeste da Casa Branca, e afirmou ter “uma ideia muito clara” de quem eram os responsáveis, entre os quais citou Priebus.
// EFE