Neste feriado de 7 de setembro, movimentos populares e setores da igreja católica organizaram o tradicional Grito dos Excluídos em várias cidades pelo país. Na 23ª edição do ato, os manifestantes foram às ruas sob o lema: “Por direitos e democracia, a luta é todo dia”.
Em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba e Pernambuco, milhares de pessoas denunciaram o desemprego, a exclusão social e o ataque aos direitos trabalhistas e previdenciários promovidos pelo governo de Michel Temer.
Na capital paulista, cerca de 15 mil manifestantes caminharam da Praça Oswaldo Cruz, na Avenida Paulista, até o Monumento das Bandeiras, no Ibirapuera.
Segundo Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP), essa edição do Grito dos Excluídos foi marcada pela luta contra os retrocessos, entre eles o aumento da pobreza e da fome.
“Os estudos apontam que o Brasil já voltou para o mapa da fome, neste momento tem 14 milhões de desempregados. Nesse sentido, é com tristeza que nós estamos realizando este Grito dos Excluídos. Mas, ao mesmo tempo com esperança, porque nós estamos organizando os movimentos populares, fazendo um trabalho de base para que a gente possa fazer essa denúncia, desse ajuste fiscal, desse ataque aos direitos e ataque em todos os âmbitos”, afirmou Bonfim.
No Rio de Janeiro, o ato foi realizado no centro, após o desfile da parada militar. Além das pautas da conjuntura nacional, o Grito dos Excluídos denunciou a crise econômica e financeira do Estado, como afirma Tobias Farias, um dos coordenadores da manifestação:
“O Rio de Janeiro é marcado por um processo terrível de exclusão. A gente entende que é um laboratório da maldade que acontece, foi assim com a Copa, foi assim com as Olimpíadas, esse laboratório de maldade tinha Sérgio Cabral como mentor, hoje tem o Pezão que quer privatizar a nossa universidade estadual”, declarou.
Já em Brasília, os manifestantes se concentraram próximo a Esplanada dos Ministérios, enquanto Temer participava do desfile oficial do 7 de setembro junto a militares. Para Sueli Belato, da Comissão de Justiça e Paz, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o corte nos direitos dos trabalhadores do governo não tem precedentes.
“Nós não elegemos nenhum deputado, nenhum senador, nenhum presidente para fazer as reformas que estão sendo feitas e que prejudicam a classe trabalhadora, dentro de direitos que são seculares”, destaca Belato.
Cidades como Belém, Curitiba, Porto Alegre e Pernambuco também organizaram atos para denunciar atos do governo Temer.
Ciberia // Brasil de Fato