Segundo o The Sunday Times, 40 deputados do Partido Conservador, oito a menos que os necessários, concordaram em assinar uma moção de censura contra a primeira-ministra britânica, Theresa May.
São necessárias 48 assinaturas para que o documento consiga obrigar à realização de novas eleições internas para a liderança do Partido Conservador britânico.
Desde que seu partido perdeu a maioria absoluta no Parlamento nas eleições gerais realizadas em junho, a premiê britânica Theresa May tem estado sob pressão. Além disso, o governo de May tem sido alvo de insatisfação, devido à forma como decorrem as negociações sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (UE).
Os críticos afirmam que, após seis rodadas de conversas de negociação com Bruxelas, foram mínimos os avanços para definir questões essenciais sobre o Brexit.
Na sexta-feira (10), a UE fez um ultimato de duas semanas ao Reino Unido para esclarecer alguns pontos importantes em relação à saída do bloco. Só depois desse esclarecimento, os países-membros poderão dar aval para a segunda etapa de negociações do Brexit, prevista para dezembro, onde serão abordadas as relações comerciais.
Segundo uma reportagem publicada neste domingo (12) pelo The Sunday Times, se os britânicos não convencerem Bruxelas, as negociações podem ser congeladas e retomadas apenas em março de 2018.
O negociador europeu do Brexit, Michel Barnier, pediu progressos em relação ao futuro dos direitos dos cidadãos europeus e da fronteira com a Irlanda do Norte, além do acerto financeiro do Brexit – a chamada “conta do divórcio” que deverá ser paga à UE. Estes pontos são as principais exigências de Bruxelas no processo.
Entretanto, uma reportagem publicada pelo Mail on Sunday neste domingo revelou uma carta na qual os ministros britânicos do Exterior, Boris Johnson, e do Meio Ambiente, Michael Gove, pressionam May a seguir o chamado “Hard Brexit“, cenário em que nenhum acordo seria feito com Bruxelas até março de 2019, data da saída da UE.
No texto, os ministros dizem à primeira-ministra que “esclareça as mentes” dos ministros do seu gabinete que são a favor de um divórcio mais suave.
O Reino Unido é o primeiro país a iniciar os procedimentos para abandonar a União Europeia, 44 anos depois da sua entrada. O “divórcio” deve ocorrer no dia 29 de março de 2019, às 23h, dois anos após o processo de saída ter sido iniciado, com a ativação do Artigo 50 do Tratado de Lisboa.