Governo do Rio alerta para transmissão de chikungunya no carnaval

Brian Ferguson, airmanmagazine / Flickr

Militar observa um exemplar de uma larva de mosquito aedes

Junto com o verão, a estação mais celebrada do ano, chega ao Rio de Janeiro um pesadelo, a alta proliferação do mosquito Aedes aegypti. O inseto é transmissor da dengue, da zika e da chikungunya, doenças que debilitam e podem deixar sequelas graves.

Neste 2018, o governo está em alerta para uma epidemia de chikungunya. A orientação é reforçar a eliminação de criadouros dentro e ao redor de casa.

“Estamos chegando agora no período de maior risco de transmissão, que aqui no Rio de Janeiro ocorre no final de fevereiro, nos meses de março e abril e é, portanto, que esse mês de janeiro, agora, é fundamental para que as ações sejam intensificadas”, disse o subsecretário de Vigilância em Saúde do Estado do Rio, Alexandre Chieppe.

O pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Rivaldo Venâncio explica que o Rio tem todas as características que favorecem o Aedes. “A população do Rio não tem imunidade para o vírus chikungunya. Portanto, é um vírus que preocupa”.

A reprodução do mosquito depende do calor, comum no verão, assim como chuvas e temporais. É que as larvas do mosquito precisam da água para se desenvolver. O médico infectologista faz coro ao programa que incentiva pessoas a tirarem dez minutos para eliminar focos em casa, em pratos de plantas e no lixo.

Depois de um período de estabilidade, Venâncio alerta que a população não está livre da dengue, mas tem uma imunidade maior. Como a dengue já circulou no estado, principalmente os tipos 1 e 4, a tendência é que crianças sejam as mais afetadas.

A zika também merece cautela, lembra. “É muito cedo para dizer que não teremos mais uma epidemia. Tem muita gente com zika sendo diagnosticada com dengue”, denuncia, preocupado com falhas na atenção básica, por conta de cortes no orçamento da saúde.

Também pesquisador da Fiocruz, Luciano Moreira explica que a transmissão das arboviroses como as citadas ocorre quando o mosquito pica uma pessoa infectada e depois uma outra, passando a doença.

“Por isso, em uma epidemia, a chance de o vírus se espalhar é maior”. Ele coordena, no Rio, um projeto que libera mosquitos infectados com a bactéria wolbachia, inofensiva ao homem, mas que impede a transmissão dos vírus pelo Aedes.

Prefeitura

No Rio, a prefeitura disse que espera taxas de infecção menores que as de 2017 e monitorará, por meio eletrônico, os logradouros com possíveis focos do inseto.

No ano passado, 3 mil pessoas tiveram dengue, 1,5 mil chikungunya e cerca de 600, zika. “A incidência das doenças foi baixa e pretendemos que permaneça baixa”, disse o prefeito Marcello Crivela.

Já em todo o estado foram notificados 3 mil casos suspeitos de chikungunya, 4 mil de zika e 10 mil de dengue. Os números, pela análise da Secretaria Estadual de Saúde, representam um cenário tranquilo, de baixa transmissão.

No auge da epidemia de dengue, por exemplo, as notificações de doentes ultrapassaram 250 mil casos, lembrou o subsecretário de Vigilância em Saúde do Estado do Rio, Alexandre Chieppe.

Para lidar com o risco de uma epidemia de chikungunya, o subsecretário garantiu que postos de saúde e hospitais da rede estadual estão preparados. Segundo Chieppe, municípios prepararam planos de contingência, com ações de assistência, em casos de emergência.

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