O número de mortes causadas pela chikungunya no Ceará dobrou em apenas uma semana. Passou de sete para 14.
Segundo dados são da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), o número pode aumentar porque ainda existem casos suspeitos sendo investigados pela Sesa. Vinte e três mil pessoas tiveram a febre chikungunya no Estado.
Das 14 mortes confirmadas por causa da chicungunya, 10 foram na capital.
Segundo a Sesa, a sorologia é o exame que identifica a doença e, em caso de morte, existe uma comissão que analisa o histórico do paciente.
A doutora Tânia Coelho é diretora do Hospital São José, e participa da comissão. Tânia explica que as mortes confirmadas agora podem ter acontecido no início do ano.
“Nós temos que avaliar vários fatores. Temos que pegar a clínica do paciente, estados dos exames sorológicos, que às vezes demoram estados patológicos, existe uma comissão da secretaria de saúde que avalia todos os casos para a gente definir realmente se é um óbito por chikungunya ou não”, diz.
Consequências da doença
A técnica de enfermagem Anísia Parente teve chikungunya há alguns meses e até hoje sente as consequências da doença. As dores nas articulações continuam.
“Nós ficamos totalmente incapacitada. Não conseguimos abrir nenhuma garrafa. Banho? Não conseguia tomar banho só. Não conseguia nem levantar os braços”, diz Anísia Parente.
A doença, que afeta as articulações e também causa febre alta, evolui para quadros crônicos. Pessoas com imunidade mais baixa podem desenvolver doenças graves e até morrer.
Anisia desenvolveu uma artrite como consequência da chikungunya. Está sendo tratada por um reumatologista.
“Nos casos crônicos, o paciente, ele persiste com as dores musculares que é o inchaço. Isso compromete a vida do paciente que acaba sendo acompanhado por um reumatologista, fisioterapia e até psicológico porque o paciente, neste caso, se sente incapacitado para realizar suas atividades”, explica Tânia Coelho.
Os sintomas de Chikungunya aparecem entre 4 e 7 dias após a infeção por picada de mosquito Aedes aegypti, o mesmo que provoca dengue e o zika, e incluem febre alta, dor e inchaço nas articulações, pequenas pústulas na pele, dor de cabeça, náusea e fadiga.
O nome Chikungunya tem origem na língua Kimakonde, falada no norte de Moçambique e na Tanzânia, e significa “tornar-se contorcido“, uma referência à aparência das pessoas que se contorcem quando sofrem com dores nas articulações.
// MassapeCeara / ZAP