Máquinas que eram usadas para o jogo foram transformadas em computadores para crianças carentes. São caça-níqueis apreendidos em cassinos clandestinos no Espírito Santo (ES).
Como eram fruto de apreensões, eles eram destruídos. Agora, 20 deles já viraram computadores para a sala de informática do projeto social Arca de Noé, em Cariacica (ES).
Dentro dos gabinetes de madeira das máquinas ficam monitores, placas de vídeo, processadores e estabilizador de energia e teclados que podem ser reaproveitados. Depois de transformados, os equipamentos passam a ser usados por alunos de escolas e projetos sociais.
“O caminho natural, após a realização da perícia, é que essas máquinas sejam destruídas. Contudo, com essa parceria que fizemos, estamos representando pela doação desses componentes eletrônicos para que seja dada uma nova destinação”, disse o delegado Ícaro Ruginski ao G1.
O trabalho é feito no Instituto Nacional de Erradicação da Carência Escolar e Social (Ineces), em Vitória.
O porteiro Marcos Schimidt é um dos voluntários. Ele faz o trabalho de avaliação das peças e montagem dos computadores. “Geralmente dá pra aproveitar boa parte das placas-mãe. O HD, as memórias, os teclados, o monitor, são partes que parecem ser velhas, mas que estão em bom estado”, explicou.
O porteiro aprendeu sozinho tudo o que sabe de informática. “É aquela velha história da criança que desmonta o radinho do pai e depois tenta montar de novo. Fui fazer a mesma coisa para ver se dava certo ou não. No caso da informática, como eu trabalho em prédio, sempre fui conseguindo sucatas e mexendo, analisando, montava e desmontava para ver se dava certo”, contou.
“A inclusão digital é muito importante para as crianças e adolescentes que frequentam o projeto. Eles vivem em uma área de vulnerabilidade social muito forte, então esses computadores vão contribuir bastante com o crescimento e maturidade deles. Se a gente fosse comprar, não ia sair por menos de R$ 20 mil”, explicou a coordenadora Cláudia Oliveira.
O projeto atende cerca de 70 crianças e adolescentes, que frequentam o espaço quando não estão em aulas.
Muitos não têm computador em casa e no local conseguem a chance de usar um. “Antes, a gente ficou um tempo sem mexer no computador porque tava estragado. Foi muito bom quando chegaram mais computadores para a gente fazer mais pesquisas, ter aulas de informática, coisas assim”, concluiu a estudante Samira Oliveira, de 11 anos.
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