O submarino da marinha argentina ARA San Juan, que desapareceu em novembro de 2017 com 44 tripulantes a bordo, zarpou sem comida e oxigênio suficientes.
Com base nos documentos apresentados no congresso argentino, pelo chefe do gabinete Marcos Peña, e a advogada do caso ARA San Juan, Valeria Carrera, demonstrou que a reserva de alimentos deveria ser suficiente para toda a tripulação durante sete dias. No entanto, foi suficiente para apenas 34 tripulantes.
De acordo com as informações de Carrera, o submarino partiu para a missão com “240 unidades de conserva mistas” e a mesma quantidade de “bebidas energéticas de meio litro”, além de duas barras de cereais e dois chocolates por tripulante.
Além de alimentos, o oxigênio também não era suficiente. O ARA San Juan “zarpou com 1.059” filtros “canister”, utilizados para evitar a contaminação por hidróxido de carbono, quando o recomendado corresponde a 1.600 unidades.
Além disso, 95% dos filtros já estavam fora de validade. O submarino tinha apenas “24 dispositivos de oxigênio OR 3.000” para seis dias de emergência, quando “o fabricante do submarino recomenda ter 100 dispositivos”, assegurou Valeria Carrera.
A mídia argentina recorda que, alguns meses antes do desaparecimento do ARA San Juan, Pedro Martín Fernández, comandante do submarino, fez várias reclamações à Marinha.
O comandante exigiu, por exemplo, aumentar o número de conservas para viagens duradouras. Além disso, denunciou que muitas das bebidas de missões anteriores foram compradas pelos próprios tripulantes.
Ciberia // ZAP