Tribunais em toda a China começam a impor aos casais que querem se divorciar um período de espera, de entre duas semanas e três meses, visando impeir o aumento no número de separações.
Segundo o jornal oficial em língua inglesa China Daily, mais de uma centena de tribunais do país impõem o “período de reflexão“, em um programa piloto para resolver disputas domésticas, lançado pelo Supremo Tribunal Popular do país.
O programa é sobretudo dirigido a casais jovens que, segundo os juízes, são mais propensos a “rupturas impulsivas”, se comparados às gerações anteriores.
Durante o período, o casal receberá aconselhamento matrimonial e, em alguns casos, psicológico, enquanto o juiz explica aos casais as dificuldades de um divórcio, como a negociação da custódia dos filhos ou a partilha de bens.
Segundo o China Daily, as conversas decorrem fora dos tribunais, em espaços mais leves, com sofás, televisões e outros confortos.
A taxa de divórcios tem aumentado na China, nos últimos anos, em uma tendência que preocupa o Partido Comunista Chinês, único partido de poder no país, que considera a unidade tradicional da família fundamental para manter a estabilidade social.
Segundo o Ministério dos Assuntos Civis, o número de casais divorciados aumentou 40%, na última década, para 4,2 milhões.
A maioria dos divórcios ocorre entre casais nascidos na década de 1980, quando o governo chinês impôs à população urbana do país a política de “um casal, um filho”, criando uma geração de filhos únicos conhecidos como “xiao huangdi” (pequenos imperadores).
Em cidades como Xangai, a “capital” econômica do país, a taxa de divórcios já supera a dos novos matrimônios. Os juízes chineses asseguram que o “período de reflexão” não se aplicará em casos que envolvem violência doméstica.
Cberia // ZAP