Mais de um ano desde o desprendimento de um imenso iceberg da plataforma Larsen C, os cientistas sabem agora que o extremo Sul do A-68 começa a se mover para norte e para águas mais quentes.
Em julho do ano passado, aconteceu o desprendimento de um imenso iceberg da plataforma Larsen C, na Antártida Ocidental. Durante um ano, o bloco de gelo andou para trás e para frente quase sempre no mesmo lugar.
Agora, o extremo Sul do A-68 girou cerca de 90 graus, tendo sido flagrado nas correntes das águas geladas. Cerca de 13 meses depois, o iceberg começa a se mover para norte e para águas mais quentes.
“Até pouco tempo atrás, o iceberg era cercado por um denso mar de gelo a leste e águas rasas a norte. Agora, um forte vento soprando para leste da plataforma de gelo empurrou, no início de setembro, a extremidade sul do iceberg para o giro de Weddell, no oceano antártico”, adianta Adrian Luckman.
“Este movimento persistente das águas oceânicas e gelo, flutuando para o norte passando pela plataforma de gelo Larsen, fez com que o A-68 se deslocasse para o mar de Weddell”, disse à BBC o cientista da Universidade de Swansea, confirmando assim o fato de o iceberg estar agora mais livre para se movimentar em direção a águas mais quentes.
Segundo os cientistas, o fato de o A-68 não ter saído do lugar não é incomum e a virada é um comportamento comum dos grandes icebergues. Daqui para frente, ao que tudo indica, o bloco de gelo vai deixar um rastro com marcas no sedimento do leito do mar.
“Esses vales devem ser evidentes nas observações com sondas que serão conduzidas por equipes internacionais no fim deste ano”, informa o cientista.
Apesar de ter perdido algumas arestas, o jornal português Público informa que o A-68 permanece praticamente do mesmo tamanho, com 150 quilômetros de comprimento e 55 quilômetros de largura – o equivalente a um Distrito Federal de gelo.
O Centro Nacional de Gelo dos EUA colocou o iceberg em sexto lugar na lista dos maiores icebergs da história, mas a verdade é que seu futuro não é animador. O mais provável é que o A-68 se desfaça em fragmentos ao longo do caminho.
Ciberia // ZAP