A Agência Espacial Europeia (ESA) alertou nesta quarta-feira que a rachadura que há anos surgiu na plataforma de gelo Larsen C, na Antártida, está aumentando “mais rápido do que nunca” e está prestes a se separar da terra firme.
Se uma barreira de gelo como esta se solta, o fluxo das geleiras localizadas depois dela pode ser acelerado, o que produziria o aumento do nível do mar, alertam os especialistas da ESA.
A fissura passou de 40 quilômetros, que tinha em janeiro do ano passado, para 175 quilômetros de extensão. Por ter sido descoberta em 31 de outubro, o Dia das Bruxas, a formação é conhecida como “fenda Halloween”.
“Quando o iceberg se separar definitivamente da plataforma de gelo, será um dos maiores já registrados, embora seja difícil prever quando isso acontecerá”, indicou a agência em comunicado, no qual informou que a plataforma, de 350 metros de espessura, está unida “apenas por um fio à península“.
Em comunicado, a ESA apontou que as barreiras contíguas, Larsen A e Larsen B, estão passando por um processo semelhante, com fragmentações enormes em 1995 e 2002, respectivamente.
Esses “diques” estão conectados a geleiras e correntes de gelo em terra firme, por isso desempenham importante papel de muro de contenção do gelo que se desloca para o mar e conseguem freá-lo eficazmente.
A organização vigia a situação mediante os dois satélites Sentinel-1 de Copernicus, que são capazes de gerar imagens contínuas, apesar de que a Antártida permanecer imersa na escuridão durante vários meses ao ano.
Os cientistas acreditam que esta rachadura podia ter surgido no passado ou no ano anterior, o que indica o caráter super-rápido do colapso do maciço de gelo.
Ciberia // EFE