Ação impetrada por ambientalistas paralisa temporariamente expansão de mina de carvão na Floresta de Hambach, de 12 mil anos de idade. Local foi ocupado durante anos por ativistas para impedir devastação.
Um tribunal do estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália ordenou nesta sexta-feira a suspensão temporária da exploração de carvão na Floresta de Hambach, onde há poucos dias as autoridades concluíram uma enorme operação para desfazer acampamento de ambientalistas que protestavam contra a expansão de uma mina de no local.
A decisão da corte na cidade de Münster, em resposta a uma ação movida pela BUND, a Federação Alemã do Meio Ambiente e Proteção da Natureza, é o mais recente capítulo na batalha que opõe a poderosa empresa de energia RWE e as organizações ambientalistas.
A RWE, que ainda pretende ganhar muito dinheiro com uma das maiores minas de carvão a céu aberto do país, já se preparava para fazer a limpeza do terreno para possibilitar o início das atividades de extração.
A suspensão das atividades da empresa deverá permanecer até a decisão final dos juízes sobre a ação movida pela BUND contra os planos operacionais da RWE para o período de 2018 a 2020 referentes à de exploração de linhito, tipo de carvão que é considerado um dos combustíveis fósseis mais poluentes. A empresa poderá continuar suas atividades na região, contanto que nenhuma área de floresta seja afetada.
A BUND afirma que a região da floresta se enquadraria no Diretivo de Habitats da União Europeia, mecanismo que tem como objetivo conservar as espécies de animais e plantas ameaçadas na Europa, em razão da população de morcegos Bechstein que habita o local.
A Floresta de Hambach tem 12 mil anos, é rica em biodiversidade e lar de mais de 140 espécies de plantas e animais, mas apenas 10% de sua mata ainda estão de pé.