A China, cujo objetivo é reintegrar Taiwan sob a sua jurisdição política e administrativa, criticou a reeleição da Senhora Tsai Ing-wen à presidência da ilha chinesa rebelde, bem como os Estados Unidos e demais países que se congratularam pelo novo mandato de Ing-wen.
Segundo os analistas, as autoridades de Pequim poderiam intensificar a campanha contra Tsai Ing-wen, acusada pela imprensa chinesa de ter manipulado as eleições.
Reeleita com 57% dos votos à presidência de Taiwan, Tsai Ing-wen tornou-se o alvo das críticas do governo de Pequim e da imprensa chinesa.
Esta última acusa, a Senhora Ing-wen, chefe do Partido Democrático Progressista e favorável à independência da ilha que a China tenciona recuperar, de trapaça e de recorrer a táticas sujas, como a intimidação, para arrecadar votos.
Porta-estandarte da democracia liberal em Taiwan, Tsai Ing-Wen recusa-se a reconhecer a ideia de que a ilha é parte integrante do território da China.
Ing-Wen tem sido acusada por Pequim de servir-se das manifestações em Hong-Kong para espalhar o medo no seio da população da ilha, também conhecida pelos nomes de Formosa e República da China.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Geng Shuang, sublinhou que a vitória eleitoral da senhora Ing-wen não muda nada, no que toca ao objectivo de Pequim, que é a reintegração de Taiwan na China.
Shuang afirmou que existe uma única China e Taiwan é parte integrante da mesma. Ele criticou igualmente os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e o Japão que congratularam Tsai Ing-wen pela sua reeleição à presidência de Taiwan.
Geng Shuang declarou que a China opõe-se a todo e qualquer contacto oficial entre Taiwan e países que estabeleceram relações diplomáticas com Pequim.
A Xinhua, agência de notícias chinesa, qualificou de acaso a vitória de Tsai Ing-wen e afirmou que o resultado da eleição presidencial de Taiwan é uma anomalia que, a longo prazo, pesará nas relações entre Taiwan e a China continental.
Taiwan separou-se da China continental em 1949, após a derrota dos nacionalistas do Kuomintang, que dominavam até então a vida política da República da China, frente aos comunistas na guerra civil.
Os comunistas criaram a atual República Popular da China, enquanto os nacionalistas liderados por Chiang Kai-shek refugiaram-se em Taiwan e constituíram na ilha, que esteve sob o domínio do Japão de 1937 a 1945, a República da China.
A República da China, cuja capital é Taipé, foi excluída em 1971, por pressão de Pequim, da Organização das Nações Unidas e é atualmente reconhecida, no mundo, por apenas 18 países.
// RFI