A União Europeia (UE) pediu que empresas que ofereçam serviços de grande demanda de conexão banda larga, como Netflix e YouTube, limitem seus serviços de forma a aliviar o tráfego em conexões de banda larga no velho continente.
Isso porque, com o avanço do da COVID-19 pelo mundo, companhias de muitos países adotaram o regime de trabalho remoto a fim de se evitar novos casos do problema.
Com esse êxodo imposto pela doença, a população efetivamente usará mais e mais serviços de conexão de banda larga residencial, o que de causar um aumento significativo de tráfego para os provedores de serviços de internet e, embora as empresas de telefonia assegurem estruturas capazes de suportar a alta súbita de demanda, a UE teme que o aumento taxativo de streaming de vídeos, jogos online e outros serviços similares possam causar quedas de funcionamento da rede como um todo.
O temor pelo aumento não vem sem causa: de acordo com Scott Petty, CTO da britânica Vodafone, os picos de consumo de banda larga antes eram limitados às noites (quando, em situação normal, você volta do trabalho para casa), mas hoje já se tem registros de altas começando tão cedo quanto meio dia, em alguns casos.
Já a Telecom Italia registrou 75% de aumento de tráfego no país — um surto atribuído a jogos online como Call of Duty e Fortnite. Vale citar: a Itália é um dos países mais afetados pelo avanço do coronavírus no mundo. O país se encontra quase que totalmente fechado para o exterior e o volume de casos confirmados lá é de quase 36 mil, sendo 28.710 ativos, 4.025 recuperados e 2.978 mortes, segundo o Bing COVID Tracker.
Diante do quadro, a União Europeia pede por uma limitação de certos serviços: embora ela não possa exigir que as empresas parem de atuar, medidas de interesse do bloco vêm sendo sugeridas pelas autoridades, como restringir a qualidade dos vídeos para definição padrão, ou seja, inferior ao Full HD (1080p), além de comunicados populacionais pedindo que usuários tenham parcimônia ao usar a internet.
Falando ao Techradar, um dos comissários de tecnologia da UE, Thierry Breton, disse que as empresas “têm uma responsabilidade conjunta para assegurar que sejam tomados os passos que garantam um funcionamento fluído da internet”.
Um porta-voz da Netflix concordou, em certo grau, com a opinião da UE: “O comissário Breton está certo em ressaltar a importância de assegurarmos que a internet continue a funcionar devidamente durante esse período tão crítico. “Nós viemos nos concentrando na eficiência da rede há muitos anos, incluindo a oferta de nosso serviço de conexão aberta de forma gratuita para empresas de telecomunicação”.
Ainda não se sabe, porém, se o pedido da União Europeia será atendido pelas empresas de internet.
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