A hipótese mais aceita sobre a formação da Lua diz que ela surgiu após a colisão entre a Terra e um planeta do tamanho de Marte, chamado Theia. O suposto evento é chamado de “hipótese do grande impacto”, mas alguns cientistas têm questionado essa ideia. Agora, um novo estudo apresenta novas pistas para desvendar o mistério.
Na suposta colisão com Theia, a Terra teria perdido parte de sua crosta superior, e toda essa rocha destroçada orbitaram ao redor do nosso planeta até se aglutinar e formar a Lua. Só que essa camada do nosso planeta é pobre em metais, e novas pesquisas sugerem que o subsolo da Lua é mais rico em metal do que se pensava anteriormente.
Isso significa que a compreensão do processo de colisão com Theia pode estar errada – se é que o impacto de fato aconteceu. Em um estudo publicado na Earth and Planetary Science Letters, cientistas liderados por Essam Heggy utilizam novos conhecimentos sobre a composição da poeira encontrada no fundo das crateras da Lua e concluíram que o subsolo lunar parece ser rico em óxidos de ferro e titânio.
Os cientistas já sabiam que o subsolo da Lua continha maiores concentrações desses metais do que a superfície lunar. Porém, Ao comparar a presença desses elementos na parte inferior de várias crateras de diferentes tamanhos, a equipe encontrou concentrações maiores de metal nas crateras mais profundas do que nas cavidades mais rasas.
De acordo com os pesquisadores, a discrepância entre a quantidade de ferro na crosta terrestre e na Lua pode ser ainda maior do que os cientistas pensavam até então.
Isso não significa que a hipótese do grande impacto deve ser descartada, no entanto. Uma maior concentração de metais no subsolo da Lua implica em rever como o processo pode ter acontecido, mas a colisão com Theia ainda está na jogada.
Por exemplo, pode ser que o impacto tenha sido ainda mais devastador para a Terra primitiva, resultando em destroços de camadas muito mais profundas do nosso planeta sendo lançados ao espaço. Nessas camadas mais internas da Terra, os metais são mais presentes.
Além disso, a colisão poderia ter ocorrido quando a Terra ainda era jovem e coberta por um oceano de magma. Ou o resfriamento da Lua durante sua formação a partir dos destroços da Terra poderia ter sido complexa o suficiente para a formação de metais por lá.
O estudo é importante não apenas para compreender melhor a formação da nossa lua, mas também para entender a origem da vida no Sistema Solar. É que nosso satélite natural é fundamental para que a Terra possa abrigar seres vivos.
Considerando que existem mais de 200 luas no Sistema Solar, “entender o papel crucial que elas desempenham na formação e evolução dos planetas que orbitam pode nos dar uma visão mais profunda de como e onde as condições de vida fora da Terra podem se formar e como podem se parecer”, disse Heggy.
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