“Do ponto de vista estatístico, a probabilidade de nossa civilização sobreviver a si mesma é inferior a 10%, no cenário mais otimista.” Quem faz a afirmação é o grupo de cientistas que assinam um estudo publicado pela revista Nature Scientific Reports.
Gerardo Aqui, do Instituto Alan Turing, no Reino Unido, e Mauro Bologna, da Universidade de Tarapacá, do Chile, dois cientistas envolvidos no projeto, acreditam que se as taxas de crescimento populacional e o consumo de recursos se mantiverem nos atuais patamares, nos restaria apenas algumas décadas antes de um colapso da civilização.
Segundo os especialistas, o fim da humanidade não virá quando a última árvore cair. Na verdade, isso deve acontecer depois que os seres humanos sejam extintos da Terra. Com a produção de oxigênio cada vez menor, com solos esgotados e plantações prejudicadas e com o ciclo da água interrompido, não será possível sustentar a civilização.
O estudo observa ainda que a extinção de espécies de animais levará outros animais à extinção até que não reste mais nada.
Os valores usados pelos cientistas para elaborarem o cálculo se baseiam nos atuais níveis de consumo. Em uma conta que soma aspectos populacionais cada vez maiores ao uso de matérias primas retiradas da natureza em igual proporção, o resultado é assustador.
Se nada mudar para melhor — e de forma crítica — resta à humanidade apenas aceitar a máxima de Thomas Hobbes séculos atrás, que dizia que o ser humano é o próprio lobo dele mesmo.
“Um nível de tecnologia mais avançado leva ao aumento da população e ao maior consumo florestal, mas também ao emprego mais eficaz de energia. Se fôssemos mais avançados, poderíamos desenvolver soluções técnicas para evitar o colapso ecológico do nosso planeta ou mesmo reconstruir a civilização no espaço extraterrestre”, sugerem.
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