As mudanças climáticas costumam ser tratadas como uma pauta menos urgente e com maior prazo para ser resolvida, mas a verdade é que, pela gravidade do quadro e pela totalidade de sua abrangência, ela é hoje uma das pautas mais imediatas e gritantes – e é esse o tom que as manifestações do dia 19 de março pretendem impor às lideranças de todo o mundo.
Intitulada Mobilização Global pelo Clima e reunindo movimentos e ativistas de todo o planeta, a rodada de ações tem como objetivo a cobrança de ações imediatas e eficazes por parte dos governos e lideranças para se lidar com a crise do clima – significada pelo slogan #ChegaDePromessasVazias.
A movimentação irá propor uma greve global como forma de pressionar os estados a assumirem como pauta imediata a redução das emissões e o compromisso com o meio-ambiente.
“Se não agirmos agora, não teremos a oportunidade de cumprir as metas de 2030 e 2050 das quais os líderes mundiais continuam falando”, afirmou Mitzi Jonelle Tan, ativista climática das Filipinas. “O que precisamos agora não são promessas vazias, mas metas anuais obrigatórias e cortes imediatos nas emissões em todos os setores de nossa economia”.
O movimento segue os moldes, em escala global, do que a jovem Greta Thunberg fez há 4 anos, ao começar uma greve escolar contra as mudanças climáticas – por isso o dia 15 de março foi decretado informalmente como dia da greve pelo clima.
Por conta da atual pandemia, a mobilização será virtual, através de uma série de eventos online que serão transmitidos de todo o mundo.
O pano de fundo da Mobilização Global pelo Clima em março de 2021 não poderia ser mais agudo: para além da própria pandemia, o ano de 2020 foi repleto de sinais da gravidade do quadro atual, como os incêndios descontrolados na Austrália, no Brasil, na Argentina e nos EUA, a seca na África e em diversos outros cantos do planeta, assim como as tempestades inclementes que castigaram a América Central, o Sudeste Asiático e mais.
Em 2019 o movimento levou mais de 7 milhões de pessoas às ruas nas principais cidades, e no ano passado as ações virtuais englobaram 150 países em milhares de frentes.
Agora, no entanto, com a proposição da greve, a ideia é que as ações deixem somente o campo simbólico e dos debates, e passem a efetivamente pressionar as lideranças capazes de fazer a diferença com a mesma força que as mudanças climáticas já nos afetam.
“A ciência é cristalina: as mudanças climáticas estão exacerbando os desastres naturais, ao tornar esses eventos mais intensos e mais frequentes, ou seja, mais destrutivos”, afirma o ativista brasileiro João Duccini.
O movimento é encabeçado pelo grupo Fridays For Future – e as maiores informações sobre a Mobilização Global pelo Clima de 2021 podem ser encontradas em seu site.
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