Ministros de 26 dos 27 Estados-membros condenam ataques do “grupo terrorista Hamas”, mas afirmam que resposta de Israel deve ser proporcional. Apenas a Hungria escolheu não apoiar a posição do bloco.
Ministros das Relações Exteriores de Estados-membros da União Europeia (UE) pediram nesta terça-feira (18/05) um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, após a escalada de violência entre israelenses e palestinos. Apenas a Hungria escolheu não apoiar a posição europeia.
“Tenho o prazer de anunciar que 26 dos 27 membros apoiaram este sentido geral da discussão […] e estou bastante satisfeito porque houve um apoio importante a um texto que reconhece como prioridade a cessação imediata de toda a violência e a implementação de um cessar-fogo”, declarou o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell.
Falando em coletiva de imprensa em Bruxelas, no final de uma videoconferência informal convocada de urgência por chefes da diplomacia da UE sobre a escalada de violência em Gaza, Borrell apontou que o único país que preferiu não apoiar a posição foi a Hungria, que mantém relações tensas com Bruxelas.
Borrell disse que convocou a reunião “porque a situação é realmente péssima [em Gaza]” e que era “necessário coordenar uma resposta da UE”. Ele ainda explicou que o texto adotado pelos 26 membros “reflete o sentido geral da discussão”.
Assim, a tomada de posição tem como primeiro objetivo “proteger os civis e garantir pleno acesso humanitário a Gaza”, nomeadamente depois de a “escalada violência nos últimos dias ter levado a um elevado número de baixas civis, mortes e feridos, incluindo um elevado número de crianças e de mulheres, o que é inaceitável”, acrescentou o Alto Representante da UE para a política externa.
“Mais uma vez, condenamos os ataques do Hamas, um grupo terrorista, no território de Israel e apoiamos plenamente o direito de Israel à sua defesa, mas também o consideramos que isto tem de ser feito de forma proporcional e respeitando o direito humanitário internacional”, reforçou Josep Borrell.
“Consideramos que a segurança para Israel e a Palestina requer uma verdadeira solução política porque só uma verdadeira solução política sólida poderia trazer a paz”, acrescentou Borrell.
O chefe da diplomacia europeia disse ainda ser crucial, “no dia depois de amanhã, quando a violência acabar”, que haja esforços de ambas as partes para “explorar um novo compromisso […] abrindo o caminho para o potencial lançamento do processo de paz, que se encontra num impasse há demasiado tempo”.
Josep Borrell concluiu dizendo que “a realização de eleições palestinas deve ser considerada uma prioridade”, pedindo “a todos que facilitem este processo eleitoral”.
Controlada pelo movimento radical islâmico Hamas desde 2007, a Faixa de Gaza é um enclave palestiniano sob bloqueio israelense há mais de uma década e onde vivem cerca de dois milhões de pessoas.
A nova escalada no conflito provocou, na Faixa de Gaza, a morte a cerca de 200 palestinos, incluindo crianças, bem como mais de 1.300 feridos. Em Israel morreram 12 pessoas.