O arcebispo de Nápoles, Crescenzio Sepe, enviou ao Vaticano um relatório detalhando as supostas práticas homossexuais de dezenas de padres na Itália, que participavam de orgias ou recorriam à prostituição.
A diocese de Nápoles já confirmou a existência do dossiê, de 1.200 páginas, que denuncia comportamentos sexuais de 50 sacerdotes, incluindo um bispo. O documento denuncia supostas práticas homossexuais de pelo menos 50 sacerdotes em dioceses italianas. Foi preparado e enviado por Francesco Mangiacapra, advogado que é atualmente gigolô.
“O mais sórdido que vi foi um sacerdote que ejaculou em frente à estátua de Nossa Senhora de Fátima”, revelou Mangiacapra em declarações ao Anticlericali. De acordo com o relatório, o adjunto da Basílica de San Giovanni, em Laterano, paga a acompanhantes através do Postepay – cartão pré-pago para realizar pagamentos seguros pela internet.
O dossiê revela dados do diretor de um gabinete diocesano que teria procurado marcar encontros sexuais através de um aplicativo, e de um padre que organiza orgias em instalações diocesanas. “A lista é longa”, diz Mangiacapra.
O autor afirma que esse é o resultado da impunidade dos líderes da igreja: “A intolerância injusta que alimenta a ideia de ser capaz de separar o que se faz do que se diz, típico de quem tem dupla moral”.
Com o relatório, o advogado entregou também um CD com diversas gravações, imagens explícitas e capturas de tela de conversas em um aplicativo que os religiosos usavam para encontrar parceiros.
Arcebispo enviou relatório ao Vaticano
O arcebispo de Nápoles, Crescenzio Sepe, enviou ao Vaticano o relatório que detalha as supostas práticas homossexuais de dezenas de padres da Itália, que participavam em orgias ou recorriam à prostituição.
Em comunicado, a Arquidiocese de Nápoles explicou que recebeu o relatório no dia 28 de fevereiro do próprio autor, Francesco Mangiacapra, um jovem gigolô que recolheu informações e entregou tudo às autoridades eclesiásticas
“O cardeal Crescenzio Sepe resumiu o documento, com conversas e dados que envolvem distintas dioceses, e decidiu transmiti-lo às autoridades eclesiásticas competentes do Vaticano para que tomem as medidas necessárias”, indicou o texto.
O próprio Mangiacapra afirmou no mesmo comunicado que no dossiê estão 34 padres e seis seminaristas e que durante a investigação não teve conhecimento de casos de pedofilia ou condutas criminosas. “São pecados, não crimes“, especificou.
O escândalo foi levantado pelo portal de notícias LGBT Gaynews, que detalhou algumas práticas nas quais vários padres teriam incorrido, como orgias, contatos com homossexuais através de aplicativos para celulares ou em exibições na webcam.