DNA de borboleta de 93 anos confirma primeiro caso de extinção de inseto por culpa do homem nos EUA. Espécie foi vista pela última vez em São Francisco no início dos anos 1940.
Uma equipe de biólogos confirmou que a borboleta azul Xerces era uma espécie única e que sua extinção nos Estados Unidos foi devido ao impacto humano. Para chegar a essas conclusões, os cientistas sequenciaram o genoma de uma amostra de 93 anos do Museu Field de História Natural, em Chicago, cujos resultados foram publicados na revista Biology Letters.
Acredita-se que as borboletas desta espécie, que foram vistas pela última vez no início dos anos 1940 em São Francisco e se tornaram um símbolo da conservação de insetos na América do Norte, tenham sido extintas devido ao desenvolvimento urbano.
“É interessante reafirmar que o que as pessoas vêm pensando há quase 100 anos é verdade, que se tratava de uma espécie levada à extinção pelas atividades humanas”, disse Felix Grewe, codiretor do Centro de Bioinformática Grainger e principal autor do artigo.
Alguns questionaram se a borboleta azul Xerces era realmente uma espécie distinta e não uma população isolada de outra variedade existente de borboletas. Então, a equipe envolvida no estudo comparou a sequência genética da borboleta azul Xerces com o DNA da borboleta azul prateada mais difundida e descobriram que o DNA do azul Xerces era diferente, o que significa que era uma espécie separada.
Além das implicações do estudo para a conservação, Grewe diz que o projeto mostra a importância das coleções do museu. “Quando esta borboleta foi coletada 93 anos atrás, ninguém pensava em sequenciar seu DNA. É por isso que temos que continuar coletando, para pesquisadores daqui a 100 anos”, dimensionou.
A descoberta
Graças às análises efetuadas, já foi possível determinar que se tratava de uma espécie diferente que deixou de existir por causa do ser humano.
“Estamos no meio do que é chamado de apocalipse dos insetos – declínios massivos de insetos estão sendo detectados em todo o mundo”, disse Corrie Moreau, diretora de coleções de insetos da Universidade Cornell e coautora do estudo.
Ela acrescentou que “embora nem todos os insetos sejam tão carismáticos quanto a borboleta azul Xerces, eles têm enormes implicações para o funcionamento dos ecossistemas”.
“Muitos insetos são na verdade a base do que mantém a saúde de muitos desses ecossistemas. Eles arejam o solo, permitindo que as plantas cresçam e, em seguida, alimentando os herbívoros, que por sua vez alimentam os carnívoros. Cada perda de um inseto tem uma enorme efeito dominó sobre os ecossistemas”, explicou Moreau.
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