A Bielorrússia reclamou uma redução da presença diplomática americana no seu território, em resposta às novas sanções contra Minsk anunciadas na segunda-feira por Washington.
Ao denunciar as acções “abertamente hostis” dos Estados Unidos, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Bielorrússia, Anatoly Glaz, anunciou em comunicado que as autoridades bielorrussas “propuseram aos americanos que reduzam o número de funcionários da sua embaixada em Minsk para cinco pessoas até ao dia 1 de Setembro”.
Para este responsável da diplomacia bielorrussa, “numa altura em que Washington está a reduzir a cooperação em todos os campos e está a tentar sufocar economicamente o nosso país, objectivamente não vemos qualquer sentido na presença na Bielorrússia de um número tão importante de efectivos para a missão americana”.
Estas medidas surgem depois de os Estados Unidos terem anunciado no começo da semana um agravamento das suas sanções contra a Bielorrússia, num contexto em que o presidente daquele país, reeleito no ano passado em condições contestadas tem sido repetidamente acusado de violações dos Direitos Humanos e, em particular de repressão contra a oposição do seu país.
As sanções americanas visam sectores-chave da economia do país, abrangendo uma longa lista de empresários e responsáveis que segundo Washington funcionam como “coberturas” do regime.
Em resposta, para além de exigir a redução do número de funcionários da missão diplomática americana, a Bielorrússia também revogou o seu acordo validando a nomeação de Julie Fischer como embaixadora dos Estados Unidos em Minsk, cargo que a diplomata nomeada pela sua tutela no início do ano nunca chegou a exercer.
Esta subida de tom entre Minsk e Washington, acontece numa altura em que as relações entre os dois países têm estado a degradar-se desde 2008, ano em que o embaixador americano então em posto em Minsk foi chamado de volta a Washington, a pedido das autoridades bielorrussas, depois de Estados Unidos adoptarem sanções contra o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.
No poder desde 1994, Lukashenko que ao longo dos largos anos em que tem estado à frente do seu país tem sido acusado de detenções arbitrárias, tortura, raptos e intimidações, desmentiu uma vez mais na segunda-feira a ocorrência de qualquer repressão na Bielorrússia e acusou os seus detractores de fomentar um “golpe” contra ele. O chefe de Estado bielorrusso acusa em particular os europeus e os Estados Unidos de pretenderem derrubá-lo no intuito de, a seguir, atingir o seu aliado russo.
// RFI