O Pentágono anunciou que o último míssil lançado pela Coreia do Norte é um projétil balístico intercontinental, que realizou um voo de mil quilômetros. Segundo a emissora de TV norte-coreana (KCTV), o engenho poderia alcançar “todo o território dos Estados Unidos”.
“Detectamos um lançamento de míssil da Coreia do Norte. Estamos em processo de avaliação da situação e divulgaremos informação adicional quando estiver disponível”, disse o porta-voz do Pentágono, coronel Robert Manning.
O míssil balístico intercontinental, com alcance que permite atingir todo o território norte-americano, foi o primeiro ensaio em dois meses e meio, depois do último, de médio alcance, ter sobrevoado o norte do Japão antes de cair no mar.
“A Coreia do Norte lançou um míssil balístico não identificado em direção a leste das cercanias de Pyongsong, província de Pyongan del Sur, ao norte da capital norte-coreana [Pyongyang]”, revelou o Estado-maior Conjunto sul-coreano.
Os frequentes ensaios com armas feitos pelo regime de Kim Jong-un, entre os quais um ensaio nuclear no último dia 3 de setembro, aumentaram a tensão na zona a níveis nunca vistos depois da guerra da península da Coreia, entre 1950 e 1953.
No passado dia 21, os Estados Unidos impuseram sanções contra 13 entidades encarregadas do transporte marítimo e terrestre na Coreia do Norte, com o intuito de pressionar Pyongyang para que ponha um fim aos testes de mísseis balísticos e às aspirações nucleares.
As sanções foram divulgadas um dia depois de Donald Trump ter remetido para a Coreia do Norte a lista de países “patrocinadores do terrorismo”, da qual o país asiático tinha saído há quase uma década.
Depois da decisão, o presidente dos Estados Unidos instou o regime comunista norte-coreano a “pôr fim ao desenvolvimento nuclear ilegal e aos mísseis balísticos“.
Na Assembleia Geral da ONU, em setembro, Trump foi duro quanto aos programas nucleares norte-coreanos e ameaçou “destruir totalmente” a Coreia do Norte se Pyongyang continuasse com as provocações.
Por várias vezes, Trump afirmou também que não descarta uma ação militar contra o regime de Pyongyang, uma vez que, disse, anos de diálogo não serviram para nada.
Donald Trump, que falou à imprensa a partir da Casa Branca, não deu mais detalhes sobre as medidas que os Estados Unidos poderão adotar. A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, tinha anunciado antes que Trump foi informado do lançamento ainda quando o míssil estava no ar.
Entretanto, fonte oficial japonesa disse que o míssil caiu no mar do Japão, na Zona Econômica exclusiva do país.
Coreia do Sul quer sanções mais fortes a Pyongyang para travar séria ameaça à paz mundial
O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, afirmou que o novo disparo de míssil por parte da Coreia do Norte é uma “séria ameaça” à paz global e defendeu que são necessárias sanções mais fortes contra Pyongyang.
Moon Jae-in garantiu, no Conselho de Segurança Nacional, que a Coreia do Sul “não ficará sentada a ver” as provocações da Coreia do Norte e explicou que vai trabalhar com os Estados Unidos para fortalecer a segurança.
O presidente da Coreia do Sul salientou que é preciso “desencorajar as ambições nucleares” da Coreia do Norte e explicou que os sul-coreanos anteciparam o lançamento e estavam preparados.
O Exército da Coreia do Sul efetuou seus próprios exercícios com mísseis, que começaram poucos minutos depois do lançamento da Coreia do Norte ter sido detectado.
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) deve se reunir em caráter de emergência, nesta quarta-feira (29) à tarde por causa do lançamento do míssil efetuado pela Coreia do Norte, anunciou a presidência italiana.
Ciberia // ZAP