A área que sofreu desmatamento na Amazônia brasileira neste último mês de novembro saltou 104% em comparação com o mesmo mês em 2018, de acordo com dados oficiais publicados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
De forma geral, houve um aumento de 84% de desmatamento entre janeiro e novembro de 2019 em comparação com o mesmo período de 2018. Esses dados são do sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (DETER) do Inpe.
Os dados divulgados agora mostram uma continuação na tendência de desmatamento observada no ano de 2019 inteiro. No mês de agosto o então diretor do Inpe, Ricardo Galvão, foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro após ter divulgado dados que mostraram um aumento de 88% no desmatamento em junho de 2019 comparado a junho de 2019.
Outro sistema baseado em satélite usado pelo Inpe foi o PRODES, que leva mais tempo para compilar os dados mas produz resultados mais confiáveis, apontou que os 12 meses entre setembro de 2018 e setembro de 2019 tiveram desmatamento de mais de 10 mil km², a maior área desde 2008.
A média anual de área de floresta perdida entre 2009 e 2018 estava em 5,74 mil km². As terras mais afetadas foram as indígenas, com desmatamento 74,5% maior que no ano anterior.
Na última sexta-feira, Ricardo Galvão foi nomeado um dos 10 cientistas mais importantes do ano pela respeitável revista britânica Nature.
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