De acordo com novos dados de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Brasil, o desmatamento da Amazônia aumentou cerca de 278% em julho deste ano comparado a julho do ano passado.
Isso significa a perda de 2.253 quilômetros quadrados de vegetação, uma área maior que a cidade de São Paulo e quase duas vezes maior que a cidade do Rio de Janeiro – é a mais significante já registrada desde que o INPE começou a monitorar o desflorestamento utilizando a metodologia atual, em 2014.
Recentemente, no último 2 de agosto, Jair Bolsonaro demitiu o diretor do INPE Ricardo Galvão após este ter divulgado dados de satélite que mostraram um aumento de cerca de 88% do desmatamento em junho de 2019 comparado a junho do ano passado.
Bolsonaro, que fez campanha para a presidência prometendo abrir comercialmente a Amazônia para as indústrias madeireira, agrícola e de mineração, disse que os dados do INPE eram “mentirosos” e que Galvão deveria estar “a serviço de alguma ONG”.
Em resposta, de acordo com o Estado de S. Paulo, Galvão afirmou que o presidente fez “ataques inaceitáveis” que mais parecem “conversa de botequim” e que sua atitude foi “pusilânime e covarde”. Quem substitui o físico, engenheiro e membro da Academia Brasileira de Ciências na direção do Instituto é o coronel da reserva da Aeronáutica Darcton Policarpo Damião.
Segundo o Live Science, o governo de Bolsonaro também anunciou que contrataria uma empresa privada para assumir o monitoramento do desmatamento da Amazônia. Ainda, sugerindo censura, Bolsonaro afirmou que a divulgação de tais dados prejudica a imagem do país e que gostaria de recebê-los antes de eles se tornarem públicos.
Os dados que mostram o aumento absurdo do desmatamento na floresta vêm do programa de monitoramento por satélite do INPE chamado DETER (Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real).
Lançado em 2004, seu objetivo é ajudar os cientistas do INPE a identificar e prevenir o desmatamento ilegal na Amazônia. A demissão de Galvão não é uma surpresa, uma vez que os sete meses de governo de Bolsonaro foram recheados de decisões políticas contra a legislação ambiental e pró interesses comerciais.
A Amazônia é a maior floresta tropical remanescente do planeta. Sua importância para o clima mundial é indescritível, uma vez que o “pulmão da Terra” é um enorme compensador das nossas emissões de carbono, absorvendo até 2 bilhões de toneladas por ano.
// HypeScience
Certeza da impunidade, por culpa desse mala que está no governo…