A Noruega, principal mecenas da proteção da floresta amazônica, anunciou nesta quinta-feira (15) o bloqueio de € 30 milhões em subvenções destinadas ao Brasil. A justificativa é uma ausência de vontade de interromper o desmatamento.
O rico país escandinavo critica o Brasil pour ter “rompido o acordo” com os doadores do Fundo Amazônia, para o qual Oslo transferiu cerca de € 828 milhões desde a sua criação, em 2008. “O Brasil quebrou o pacto com a Noruega e com a Alemanha desde que suspendeu o conselho de administração e o comitê técnico do Fundo”, declarou o ministro do Meio Ambiente e do Clima, Ola Elvestuen, ao jornal Dagens Naeringsliv (DN).
“Eles não podem fazer algo assim sem que a Noruega ou a Alemanha estejam de acordo”, acrescentou. As doações anuais norueguesas dependem dos resultados obtidos na luta contra o desmatamento, calculados por um comitê técnico. “O que o Brasil fez demonstra que não há interesse em parar o desmatamento”, afirmou Elvestuen.
Berlim bloqueou € 35 milhões
O governo alemão fez um anúncio parecido no sábado (10). Berlim decidiu bloquear € 35 milhões, até que os dados sobre o desmatamento voltem a mostrar um recuo. Bolsonaro reagiu dizendo que seu país “não precisava” das subvenções alemãs.
“A política do governo brasileiro para a Amazônia gera dúvidas sobre a continuação de uma redução sustentável do índice de desmatamento”, declarou ao jornal alemão “Tagesspiegel” a ministra alemã do Meio Ambiente, Svenja Schulze.
A primeira etapa de cortes consiste em bloquear um subsídio de € 35 milhões de Berlim para projetos de preservação da floresta e da biodiversidade brasileira, até que as cifras voltem a ser animadoras, assinala o jornal.
De 2008 a 2019, o governo alemão liberou um total de € 95 milhões para diferentes projetos de proteção ambiental no Brasil. Porém, Berlim continuará contribuindo para o Fundo Amazônia, criado em 2008.
As últimas estatísticas oficiais do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE) mostram que o desmatamento em julho foi quase quatro vezes superior ao do mesmo mês em 2018.
// RFI