Segundo um novo estudo, os adoçantes artificiais e os suplementos esportivos são tóxicos para os micróbios que habitam o nosso intestino.
O estudo elaborado pela Universidade Israelense Ben-Gurion do Negev e pela Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura, foi publicado na revista Molecules no passado dia 25 de setembro e afirma que os adoçantes artificiais e os suplementos esportivos são prejudiciais para a flora intestinal.
Os pesquisadores das universidade submeteram seis adoçantes artificiais (aspartame, sucralose, sacarina, neotame, advantame e acessulfame de potássio-k) a um estudo para descobrirem o nível de toxicidade.
A pesquisa também revelou a existência de, pelo menos, dez suplementos esportivos que utilizam esses adoçantes e que, por isso, também são prejudiciais.
Segundo o estudo, quando expostas a concentrações de apenas um mg/ml desses adoçantes, as bactérias do sistema digestivo se tornam tóxicas.
“Nós modicamos bactérias E.coli bioluminescentes que brilham quando identificam substâncias tóxicas e agem como um modelo de detecção representativo do complexo sistema microbiano”, explicou Ariel Kushmaro, professor do Instituto Nacional de Biotecnologia da Universidade Ben-Gurion do Negev.
Apesar da toxicidade desses adoçantes artificiais, podem ser encontrados em inúmeros produtos alimentícios e em bebidas com baixo teor de açúcar e muitas pessoas chegam a consumir esses adoçantes sem conhecimento.
“O estudo apresentou mais uma evidência de que o consumo de adoçantes artificiais afeta negativamente a atividade microbiana intestinal, o que pode causar uma ampla gama de problemas de saúde”, contou Kushmaro.
Para além da toxicidade para a flora intestinal, as substâncias também foram identificadas como poluentes ambientais emergentes, uma vez que foram encontrados em água potável na superfície e em aquíferos subterrâneos.
O estudo servirá para ajudar a compreender a toxicidade dos adoçantes artificiais e os efeitos negativos potenciais, não só sobre a microbiótica intestinal, mas também sobre o meio ambiente.
Segundo o professor Kushmaro, “o painel bacteriano bioluminescente testado pode potencialmente ser usado para detectar adoçantes artificiais no ambiente“.
Ciberia // ZAP