Comer vegetais, fazer exercícios ou tomar vitaminas são três ações, aparentemente, benéficas para a nossa saúde. No entanto, os cientistas ainda não conseguiram encontrar provas concretas de que as vitaminas trazem benefícios.
Um novo estudo, publicado em dezembro no Journal of the American Medical Association, é uma revisão de mais de 33 pesquisas. Com isso, os cientistas queriam descobrir se as pessoas que tomavam cálcio, vitamina D ou ambas apresentavam menor probabilidade de sofrer fraturas ósseas.
A pesquisa, liderada por Jia-Guo Zhao, médico do Departamento de Cirurgia Ortopédica, do Hospital de Tianjin, na China, não encontrou nenhuma relação entre os suplementos e a proteção contra fraturas ósseas.
A equipe comparou o uso de suplementos com vitamina D, cálcio ou de ambos com o uso de um placebo. Comparou, também, o não uso de suplementos com o surgimento de novas fraturas ósseas. Os estudos incluíam mais de 50 mil adultos, com mais de 50 anos de idade.
Com o estudo, os cientistas chegaram à conclusão de que os suplementos estudados não estavam, afinal, associados a um menor risco de surgimento de novas fraturas. O resultado desafia as diretrizes que recomendam a toma de suplementos de cálcio e vitamina D para protegerem os ossos de fraturas.
Embora os suplementos possam parecer inofensivos, muitos deles são desnecessários, enganadores e, até, perigosos. Segundo o ScienceAlert, a indústria dos suplementos está desregulada. Nos EUA, os suplementos enviam, todos os anos, cerca de 23 mil pessoas para os hospitais.
“Isto significa que a Food and Drug Administration (FDA) e os consumidores não têm como saber se o que está na caixa é o que está efetivamente no rótulo. Não há como saber, com certeza, se o produto é seguro”, afirma Bryn Austin, professor de ciências comportamentais da Harvard T.H. Chan School of Public Health.
Geralmente, os nutrientes não são processados de forma eficiente, pelo que é preciso ter em conta que, quando ingerimos uma vitamina ou um suplemento, não estamos ingerindo alimentos reais.
Assim, tomar suplementos como meio de compensar as deficiências nutricionais – que podem ser derivadas, por exemplo, de uma alimentação pouco saudável – pode não funcionar como o previsto. Ou, pelo menos, como gostaria que funcionasse.
Ciberia // ZAP