Jeff Bezos, o homem mais rico do mundo e fundador da Amazon, diz que a empresa ouviu as críticas e vai aumentar os salários mínimos dos trabalhadores a partir do dia 1º de novembro.
O anúncio foi feito nesta terça-feira (2) depois de críticas que acusavam a empresa americana de funcionar à base de mão de obra majoritariamente “low cost”.
De acordo com o Washington Post, em solo americano a subida é de 36%. Os funcionários que ganhavam 11 dólares por hora passarão, a partir do próximo mês, a ganhar 15 dólares por hora. A medida aparece como reação às acusações de que a empresa cometeria abusos e excessos para com seus empregados.
Antes do aumento, o salário médio anual dos trabalhadores da Amazon rondava os 35 mil dólares. Quase 3 mil dólares por mês.
Os trabalhadores nas sedes europeias também vão receber aumentos.
Cerca de 40 mil funcionários vão passar a receber 10,67 euros por hora e aqueles que estão em Londres irão ver o vencimento por hora atingir os 11,79 euros. Antes do aumento, os trabalhadores britânicos recebiam 8,98 euros por cada hora de trabalho – um aumento salarial entre 18% e 28%.
Os novos salários entrarão em vigor a partir do próximo dia 1º de novembro e atingirão mais de 250 mil funcionários efetivos e 100 mil temporários nos EUA. No Reino Unido, o número de funcionários é menor: 17 mil efetivos e 20 mil temporários.
“Ouvimos os nossos críticos, pensamos muito sobre o que queríamos fazer e decidimos que queremos liderar“, afirmou Jeff Bezos ao anunciar o novo salário mínimo da empresa. “Estamos entusiasmados com essa mudança e incentivamos nossos concorrentes e outras grandes empresas a se juntarem a nós”, acrescentou.
Com esses valores, o salário mínimo da Amazon passa a ser 21% acima do salário mínimo inglês e o dobro do americano.
Ainda durante o anúncio, Jeff Bezos afirmou que usará os lobbies para pressionar o governo americano a aumentar o salário mínimo nacional que, atualmente, está fixado nos 7,25 dólares por hora.
“Achamos que esse valor é muito baixo. Nós podemos procurar o Congresso para definir novos parâmetros de um novo salário, mais alto em toda a escala federal”.
Jay Carney, vice-presidente para os assuntos empresariais da Amazon afirmou pretender “defender um aumento do salário mínimo que terá um impacto profundo na vida de dezenas de milhões de pessoas e de famílias em todo o país”.
Bernie Sander, senador democrata e opositor de Hillary Clinton na corrida à Casa Branca em 2016, apesar de ser uma das vozes mais críticas das políticas salariais da empresa, já parabenizou a Amazon pela iniciativa.
Ciberia // ZAP