Os cientistas determinaram que as névoas químicas e as nuvens são capazes de impactar a temperatura da superfície de um planeta, bem como a sua capacidade de suportar a vida.
Uma equipe de cientistas da Universidade Johns Hopkins em Baltimore conseguiu pela primeira vez recriar a atmosfera de nove exoplanetas em condições laboratoriais.
“Acredito que vamos aprender muito sobre nosso Sistema Solar em resultado destes experimentos. Não procuramos somente conhecer um planeta, mas sim estudar como os planetas funcionam”, afirmou à BBC Sarah Horst, pesquisadora-sênior da Universidade de Johns Hopkins e um dos atores do estudo publicado no jornal Nature Astronomy.
Christiane Helling, pesquisadora do Centro dos Estudos de Exoplanetas da Universidade de St. Andrews, afirmou que a descoberta virou “um grande passo em frente no estudo dos exoplanetas”.
Há muito que os cientistas procuram exoplanetas, grandes corpos celestes orbitando estrelas parecidas com o Sol, ou seja, pertencentes a um sistema planetário distinto do nosso.
O exoplaneta mais próximo do Sol, o Proxima Centauri b, está localizado a mais de 40 trilhões de quilômetros do nosso planeta, sendo extremamente difícil de ser observado. Contudo, os cientistas acreditam que as nuvens e névoas que cobrem os exoplanetas podem ajudar a determinar a temperatura e composição química de sua atmosfera.
Os investigadores acreditam que as nuvens e névoa são compostas por minerais gaseificados que podem dispersar a luz e afetar a temperatura da superfície, ou voltam à superfície na forma de precipitações.
Construindo planetas
Sarah Horst e seu time recriaram as atmosferas de nove potenciais mundos, visando estudar como a química atmosférica realmente funciona.
Os pesquisadores expuseram diversas misturas de gases, ricas em hidrogênio, água ou dióxido de carbono a uma descarga de plasma a frio, dando início a processos químicos semelhantes às auroras polares visíveis em nosso próprio Sistema Solar.
Quando o telescópico espacial James Webb for lançado em 2019, ele permitirá aos cientistas entender melhor o funcionamento da atmosfera dos exoplanetas. Além disso, o aparelho ajudará a saber mais sobre potenciais sinais de vida nestes corpos celestes.
Sarah Horst acredita que os resultados obtidos pelo seu time mostram que os exoplanetas são capazes de criar as condições para o surgimento de vida. “Se houver vida em qualquer desses planetas, há uma grande chance de que as substâncias orgânicas na atmosfera tenham desempenhado um papel na sua origem ou evolução”, assinalou.
// Sputnik News / BBC / JHU