Névoas e nuvens: ambiente alienígena é recriado na Terra

European Southern Observatory / Flickr

O exoplaneta mais próximo do Sol, Proxima Centauri b, está a mais de 40 trilhões de quilômetros do nosso planeta

Os cientistas determinaram que as névoas químicas e as nuvens são capazes de impactar a temperatura da superfície de um planeta, bem como a sua capacidade de suportar a vida.

Uma equipe de cientistas da Universidade Johns Hopkins em Baltimore conseguiu pela primeira vez recriar a atmosfera de nove exoplanetas em condições laboratoriais.

“Acredito que vamos aprender muito sobre nosso Sistema Solar em resultado destes experimentos. Não procuramos somente conhecer um planeta, mas sim estudar como os planetas funcionam”, afirmou à BBC Sarah Horst, pesquisadora-sênior da Universidade de Johns Hopkins e um dos atores do estudo publicado no jornal Nature Astronomy.

Christiane Helling, pesquisadora do Centro dos Estudos de Exoplanetas da Universidade de St. Andrews, afirmou que a descoberta virou “um grande passo em frente no estudo dos exoplanetas”.

Há muito que os cientistas procuram exoplanetas, grandes corpos celestes orbitando estrelas parecidas com o Sol, ou seja, pertencentes a um sistema planetário distinto do nosso.

O exoplaneta mais próximo do Sol, o Proxima Centauri b, está localizado a mais de 40 trilhões de quilômetros do nosso planeta, sendo extremamente difícil de ser observado. Contudo, os cientistas acreditam que as nuvens e névoas que cobrem os exoplanetas podem ajudar a determinar a temperatura e composição química de sua atmosfera.

Os investigadores acreditam que as nuvens e névoa são compostas por minerais gaseificados que podem dispersar a luz e afetar a temperatura da superfície, ou voltam à superfície na forma de precipitações.

Construindo planetas

Sarah Horst e seu time recriaram as atmosferas de nove potenciais mundos, visando estudar como a química atmosférica realmente funciona.

Os pesquisadores expuseram diversas misturas de gases, ricas em hidrogênio, água ou dióxido de carbono a uma descarga de plasma a frio, dando início a processos químicos semelhantes às auroras polares visíveis em nosso próprio Sistema Solar.

Quando o telescópico espacial James Webb for lançado em 2019, ele permitirá aos cientistas entender melhor o funcionamento da atmosfera dos exoplanetas. Além disso, o aparelho ajudará a saber mais sobre potenciais sinais de vida nestes corpos celestes.

Sarah Horst acredita que os resultados obtidos pelo seu time mostram que os exoplanetas são capazes de criar as condições para o surgimento de vida.  “Se houver vida em qualquer desses planetas, há uma grande chance de que as substâncias orgânicas na atmosfera tenham desempenhado um papel na sua origem ou evolução”, assinalou.

COMPARTILHAR

DEIXE UM COMENTÁRIO:

Como é feito o café descafeinado? A bebida é realmente livre de cafeína?

O café é uma das bebidas mais populares do mundo, e seus altos níveis de cafeína estão entre os principais motivos. É um estimulante natural e muito popular que dá energia. No entanto, algumas pessoas preferem …

“Carros elétricos não são a solução para a transição energética”, diz pesquisador

Peter Norton, autor do livro “Autonorama”, questiona marketing das montadoras e a idealização da tecnologia. Em viagem ao Brasil para o lançamento de seu livro “Autonorama: uma história sobre carros inteligentes, ilusões tecnológicas e outras trapaças …

Método baseado em imagens de satélite se mostra eficaz no mapeamento de áreas agrícolas

Modelo criado no Inpe usa dados da missão Sentinel-2 – par de satélites lançado pela Agência Espacial Europeia para o monitoramento da vegetação, solos e áreas costeiras. Resultados da pesquisa podem subsidiar políticas agroambientais Usadas frequentemente …

Como o Brasil ajudou a criar o Estado de Israel

Ao presidir sessão da Assembleia Geral da ONU que culminou no acordo pela partilha da Palestina em dois Estados, Oswaldo Aranha precisou usar experiência política para aprovar resolução. O Brasil teve um importante papel no episódio …

O que são os 'círculos de fadas', formações em zonas áridas que ainda intrigam cientistas

Os membros da tribo himba, da Namíbia, contam há várias gerações que a forte respiração de um dragão deixou marcas sobre a terra. São marcas semicirculares, onde a vegetação nunca mais cresceu. Ficou apenas a terra …

Mosquitos modificados podem reduzir casos de dengue

Mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia podem estar associados a uma queda de 97% nas infecções de dengue em três cidade do vale de Aburra, na Colômbia, segundo o resultado de um estudo realizado pelo …

Chile, passado e presente, ainda deve às vítimas de violações de direitos humanos

50 anos após a ditadura chilena, ainda há questões de direitos humanos pendentes. No último 11 de setembro, durante a véspera do 50° aniversário do golpe de estado contra o presidente socialista Salvador Allende, milhares de …

Astrônomos da NASA revelam caraterísticas curiosas de sistema de exoplanetas

Os dados da missão do telescópio espacial Kepler continuam desvendando mistérios espaciais, com sete exoplanetas de um sistema estelar tendo órbitas diferentes dos que giram em torno do Sol. Cientistas identificaram sete planetas, todos eles suportando …

Em tempos de guerra, como lidar com o luto coletivo

As dores das guerras e de tantas tragédias chegam pelas TV, pelas janelinhas dos celulares, pela conversa do grupo, pelos gritos ou pelo silêncio diante do que é difícil assimilar e traduzir. Complicado de falar …

Pesquisa do Google pode resolver problemas complexos de matemática

O Google anunciou uma série de novidades para melhorar o uso educativo da busca por estudantes e professores. A ferramenta de pesquisa agora tem recursos nativos para resolver problemas mais complexos de matemática e física, inclusive …