Uma nova revisão estatística conclui que a evidência de que os animais conseguem prever terramotos é bastante insubstancial.
Há pessoas que acreditam que os animais presentem quando um terramoto está chegando, mas agora foram desenganadas: está amplamente implícito que nossos amigos de quatro patas não conseguem prever esse tipo de acontecimento.
Ao longo da história, há vários relatos de que um enorme leque de animais, desde cães a bichos-da-seda, agem estranhamente antes de um grande terremoto eclodir, embora o mecanismo pelo qual cada animal esteja aparentemente percebendo o acontecimento seja desconhecido até então.
Recentemente, uma equipe de cientistas liderada pelo Centro de Pesquisa Alemão em Geociências da GFZ, decidiu analisar tais alegações. Segundo o IFL Science, a equipe analisou 180 publicações que discutem o comportamento anormal dos animais antes de um terramoto.
Os relatórios vieram de 25 países diferentes, mas a maioria teve origem na Nova Zelândia, Japão, Itália e Taiwan, todos países sismicamente ativos. Mais de 700 registros para 160 diferentes terremotos foram avaliados.
Os comportamentos anormais analisados incluíam elefantes fugindo para terras mais altas, formigas com medo e sapos mudando temporariamente seus padrões migratórios antes de o terremoto ocorrer. Cães latindo não foram analisados por ser um tipo de comportamento preditivo muito vasto.
Dentre 130 espécies diferentes, alguns animais reagiam temporariamente antes do terramoto, mas outros alteraram seu comportamento durante dias ou até semanas antes e depois do evento sismológico.
Além disso, houve animais que se comportaram estranhamente no epicentro do terramoto e outros que agiram a centenas de quilômetros de distância.
A análise estatística, cujos resultados foram publicados no Bulletin of the Seismological Society of America, é de longe a mais detalhada que investiga o fenômeno.
Por isso, é significativo que a equipe não tenha encontrado qualquer evidência forte de que o comportamento animal possa indicar quando um terramoto está prestes a acontecer.
No entanto, os cientistas destacam o fato de os relatórios analisados serem anedóticos, isso porque os comportamentos anormais são frequentemente mal definidos, pelo que as evidências “não são boas” para a ciência.
Ciberia // ZAP