Artista catarinense cria cerâmicas poéticas inspiradas no coração humano

O coração humano é responsável pela pequena circulação, quando o trajeto do sangue se restringe ao coração e aos pulmões, e também pela grande circulação, caso em que o sangue é bombeado para as células do nosso corpo para deixar o gás oxigênio e capturar o gás carbônico.

Isso a gente já sabe, aprendeu na escola desde cedo, e percebeu que as características desse músculo pouco se assemelha ao coração que casais apaixonados distribuem por aí ao seu amor.

O que a gente não sabe sobre o coração humano, ou o anatômico, é que ele também pode ser usado com maestria como tema na decoração. Parece chocante? Sem estética para enfeitar? Grosseiro demais? Não é bem isso que a artista visual Lena Muniz acredita.

A catarinense de Joinville que cresceu em Florianópolis consegue enxergar militância, política, poesia e feminismo no desenho. “Estava lendo alguns temas da contemporaneidade, coisas como identidade e afeto, e o órgão humano veio como outra fonte de inspiração. (…) O coração pode ser o oposto da misoginia, é amar as mulheres, aceitar e tomar conta”, explicou Lena, em entrevista ao FTC.

A inspiração apareceu em 2008, mas a artista já brincava com o desenho ao assinar seus trabalhos. Hoje os corações de Lena são produzidos à mão em cerâmica e decorados de maneiras diversas. Alguns lembram a azulejaria portuguesa, outros são costurados, sempre semelhantes ao órgão humano mesmo.

A inserção das peças na decoração e como acessório também varia. Dá pra usar de maneira simples como esculturas sobre livros na mesa de centro, ou como vasos, já que também se consegue acomodar plantinhas nas cerâmicas (neste último caso, existem peças próprias para isso).

Ao todo, são cinco modelos de coração anatômico disponíveis no ateliê de Lena Muniz. “Tenho ele inteiro, costurado, bordado, com espaço para air plant e como vaso”, explicou. Agora há também a versão miniatura, para ser usada como pingente.

“A gente tem que valorizar o racional, mas as emoções enriquecem nossa existência, aprender a lidar com elas também, como nos relacionamos com quem amamos, com quem concorda com a gente, com quem discorda. Precisamos do diálogo, do debate, mas também temos que saber a hora que é enfrentamento. Isso exige muito de nós, mulheres”, observou.

Lena Muniz também é ilustradora e designer gráfico. Já participou de algumas exposições coletivas e individuais entre 2012 e 2014, em Curitiba (PR), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). Cursou especialização em Poéticas Visuais na Embap de Curitiba e ministra cursos e workshops de bordados confessionais.

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