De vez em quando o neurocientista Greg Dunn fica entediado com seu trabalho no laboratório. Ele diz que trabalhar ali faz com que a pessoa esqueça da beleza do cérebro humano. Para voltar a se inspirar, ele criou uma gravura de 2,4 m por 3,3 m do cérebro.
Batizada de “Self Reflected”, a peça foi feita com microgravuras criadas com algoritmos, em uma técnica chamada “microgravura reflexiva”. As gravuras receberam uma camada de folha de ouro, que reflete quando a obra é iluminada com luzes de diferentes cores. Isso produz um resultado singular.
“Quis usar o poder da arte para comunicar a complexidade do cérebro”, diz Dunn.
Para passar essa mensagem, Dunn primeiro fez um rascunho com os aglomerados de neurônios e dos axônios, seguindo a descrição dada a ele por colegas neurologistas especialistas em diferentes partes do cérebro.
Depois, Dunn criou um código para que a conectividade do cérebro e comportamento elétrico fossem simulados. Esse código determinou o ângulo e profundidade que cada arranhão deveria ter para atingir diferentes texturas visuais.
Dunn explica que sua arte não é baseada no cérebro de nenhuma pessoa específica, e é resultado de escolhas aleatórias de um computador. Mesmo assim, se o mesmo código fosse reaplicado, o resultado seria diferente. Macroscopicamente, a imagem seria organizada da mesma forma, mas cada aglomerado de neurônios seria diferente. O mesmo acontece no cérebro das pessoas.
“Os detalhes fazem a diferença”, diz.
A obra está exposta no Instituto The Franklin, na cidade de Filadélfia (EUA). Para tornar a experiência ainda mais única, um sistema de luzes LED de várias cores está instalado na sala. Cada vez que uma nova combinação de cores de luzes é usada, o observador tem uma nova visão do cérebro humano.
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